Documento
Metadados
Número de registro
196
Denominação
Oratório de pousar
Classificação
Local de produção
Data de produção
Acervo
Museu do Diamante
Procedência
Santa Casa de Caridade | Diamantina | Minas Gerais
Autor
Material/Técnica
douramento | entalhe | folha de ouro | fundição | madeira | metal | policromia | tinta
Temas
Altura (cm)
145
Largura (cm)
78
Profundidade (cm)
34,7 e 29,8 (interna)
Resumo descritivo
Oratório de pousar, de grande porte, confeccionado em madeira entalhada, policromada e dourada. Objeto com estrutura em caixa retangular, contendo cimalha abaulada e ornada por frisos. Móvel com duas folhas de porta na parte frontal, em madeira lisa, fixadas por quatro dobradiças de metal (duas de cada lado), tendo sistema de fechamento feito através de duas tramelas em madeira dispostas na parte frontal. Parte inferior do objeto com fundo composto por três tábuas verticais ornadas internamente por rosinhas-de-malabar nos tons vermelho e verde escuro e por buquês de margaridas com folhas em dourado, sob fundo em tom esverdeado. A mesma padronagem decorativa apresenta-se no teto abaulado do móvel bem como nas laterais internas, estas últimas contendo quatro tábuas delgadas para sustentação de duas prateleiras (apenas uma existente). Perfil de camarim composto por duas colunas laterais e frontão abaulado, pintados em tom azul e decorados por dupla de frisos simples. Na parte interna das folhas de porta, sobre fundo azul acinzentado, quatro peanhas pintadas, duas de cada lado, encimadas cada uma por um vaso bojudo, em tom azul, contendo buquê de flores nos tons vermelho e branco, com ramagens em tom verde. Na parte superior da folha de porta esquerda, argola em ferro e, na parte central da folha de porta direita, estrutura quadrangular de ferro correspondente ao sistema de tranca. Peça com base escalonada. Parte posterior do móvel contendo dois travessões para sustentação das tábuas.
Dados históricos
Sobre Arte Sacra: “Era a religião o principal fator comum na sociedade colonial brasileira setecentista. A religião católica, com a variedade do seu culto, estava presente no dia-a-dia, quer nos jejuns e abstinências, quer através de ofícios divinos, confissões e comunhões, quer com procissões e festas religiosas./ A devoção religiosa no antigo Arraial do Tijuco foi descrita pelo viajante George Gardner (1942, p.384) da seguinte maneira: “A cidade conta três ou quatro belas igrejas; uma delas, chamada N.S. do Rosário, que pertence aos negros da costa da África, e tem sobre um elevado altar a imagem da Virgem preta. Como morávamos perto desta igreja, assisti muitas noites às celebrações de uma de suas festas a que se achavam presentes, além dos pretos que habitualmente freqüentavam a igreja, muitos dos mais respeitáveis representantes do sexo masculino e feminino da cidade./ Tudo se fazia com perfeita propriedade e certa noite ouvi excelente sermão pregado por um dos sacerdotes locais”./ Minas Gerais, província do ouro e do diamante, centro de riqueza do Brasil colônia por quase um século, teve condições excepcionais de possuir uma imaginária rica. Na significativa produção mineira, se destacam as pequena imagens domésticas adequadas aos oratórios, que, desde o fim do século XVIII, adornavam as casas de família. Estes oratórios, geralmente de pequeno porte, surgiram em face da fé religiosa e do aumento da população com a febre da mineração. Dentre esta produção podemos destacar os conhecidos oratórios D. João V. Com talha rococó e pintura interna, estes oratórios envidraçados são povoados com pequenas imagens de pedra, freqüentemente brancas, com pintura em algumas partes e pouca decoração em ouro, existindo em vários tipos, com tamanhos diversos ou apenas a caixa com o presépio. Foram largamente produzidos do fim do século XVIII até a primeira metade do século XIX, encontrando-se inúmeros exemplares em outros estados do país.” – Peça fotografada para o referido catálogo.” (1)
Referências bibliográficas/arquivísticas
(1) PESTANA, Til Costa. In Catálogo do Museu do Diamante. Ed. Iphan/ Ministério da Cultura. Págs. 23 e 24.