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Santo
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Documento
Metadados
Miniatura
Título
São Domingos de Gusmão
Número de registro
211
Denominação
Santo
Classificação
Local de produção
Data de produção
Acervo
Museu do Diamante
Procedência
Diamantina | Minas Gerais
Autor
Material/Técnica
douramento | entalhe | folha de ouro | madeira | policromia | tinta
Temas
Altura (cm)
23
Largura (cm)
8,3 (base)
Profundidade (cm)
6,0 (base)
Resumo descritivo
Escultura religiosa, de pequeno porte, representando São Domingos de Gusmão, confeccionada em madeira (cedro) entalhada, policromada e dourada. Figura masculina, jovem, de pé, em posição frontal, com cabelos castanhos em tonsura, orelhas aparentes, e testa larga. Apresenta olhos pretos de vidro, nariz pequeno, rosto oval, bochechas rosadas, carnação em tons bege e róseo (repintura), e boca pequena fechada com lábios em tom vermelho. Traja túnica bege com frisos nos tons preto e vermelho, com panejamento pouco movimentado, sobreposta por manto preto com capuz, ornado pro motivos florais e fitomorfos em dourado, na técnica do esgrafito. Braço esquerdo flexionado lateralmente e braço direito segurando livro de capa vermelha e folhas amarelas. Pés calçados com sapatos pretos, tendo o pé esquerdo levemente voltado para trás. Escultura apoiada sobre base octogonal, pintada em marmorizado nos tons marrom claro, vermelho e bege.
Dados históricos
Sobre São Domingos de Gusmão: "(1170-1221)/ Nobre espanhol, contemporâneo de São Francisco de Assis, fundou a Ordem dos Pregadores ou Dominicanos, dedicando-se, como devoto à Virgem, à divulgação do Santo Rosário. São Domingos é considerado o maior promotor da reforma eclesiástica do século XIII./ Conta-se que a mãe de São Domingos, certa vez, teve a visão de um cão levando uma tocha acesa entre os dentes. O cão significava a vigilância, e a tocha, a palavra de São Domingos que acenderia o amor de Cristo nas almas./ São Domingos foi canonizado em 1234./ Representado vestindo hábito dominicano – túnica e escapulário brancos, capa e capuz pretos, cores que simbolizam a pureza e a penitência. Seus atributos são um livro, um rio, a igreja em miniatura, uma estrela vermelha, um cão – Domini Canis ou Cão do Senhor, com tocha acesa na boca, um globo e o rosário./ Noutras representações, traz às mãos o estandarte com o escudo da Ordem que fundou, e a Cruz de Lorena.” (1) Sobre Arte Sacra: “Era a religião o principal fator comum na sociedade colonial brasileira setecentista. A religião católica, com a variedade do seu culto, estava presente no dia-a-dia, quer nos jejuns e abstinências, quer através de ofícios divinos, confissões e comunhões, quer com procissões e festas religiosas./ A devoção religiosa no antigo Arraial do Tijuco foi descrita pelo viajante George Gardner (1942, p.384) da seguinte maneira: “A cidade conta três ou quatro belas igrejas; uma delas, chamada N.S. do Rosário, que pertence aos negros da costa da África, e tem sobre um elevado altar a imagem da Virgem preta. Como morávamos perto desta igreja, assisti muitas noites às celebrações de uma de suas festas a que se achavam presentes, além dos pretos que habitualmente freqüentavam a igreja, muitos dos mais respeitáveis representantes do sexo masculino e feminino da cidade./ Tudo se fazia com perfeita propriedade e certa noite ouvi excelente sermão pregado por um dos sacerdotes locais”./ Minas Gerais, província do ouro e do diamante, centro de riqueza do Brasil colônia por quase um século, teve condições excepcionais de possuir uma imaginária rica. Na significativa produção mineira, se destacam as pequena imagens domésticas adequadas aos oratórios, que, desde o fim do século XVIII, adornavam as casas de família. Estes oratórios, geralmente de pequeno porte, surgiram em face da fé religiosa e do aumento da população com a febre da mineração. Dentre esta produção podemos destacar os conhecidos oratórios D. João V. Com talha rococó e pintura interna, estes oratórios envidraçados são povoados com pequenas imagens de pedra, freqüentemente brancas, com pintura em algumas partes e pouca decoração em ouro, existindo em vários tipos, com tamanhos diversos ou apenas a caixa com o presépio. Foram largamente produzidos do fim do século XVIII até a primeira metade do século XIX, encontrando-se inúmeros exemplares em outros estados do país.” (2)
Referências bibliográficas/arquivísticas
(1) CUNHA, Maria José Assunção da. Iconografia Cristã. Ed. UFOP/ IPAC, Ouro Preto, 1993. Pág.75. (2) PESTANA, Til Costa. In Catálogo do Museu do Diamante. Ed. Iphan/ Ministério da Cultura. Págs. 22 e 45.