Título
Nossa Senhora da Conceição
Número de registro
167
Denominação
Nossa Senhora
Classificação
Local de produção
Data de produção
Acervo
Museu do Diamante
Procedência
Diamantina | Minas Gerais
Autor
Material/Técnica
douramento | entalhe | folha de ouro | madeira | pintura | recorte | tinta | vidro
Temas
Altura (cm)
37,1
Largura (cm)
17,5
Profundidade (cm)
11,2
Resumo descritivo
Escultura religiosa, de médio porte, confeccionada em madeira (cedro) entalhada, policromada e dourada, representando Nossa Senhora da Conceição. Figura feminina, jovem, de pé, em posição frontal, com cabelos castanhos semilongos, partidos ao meio, com mechas caídas sobre os ombros e envoltos por véu curto esvoaçante, este em tom esverdeado na parte externa e azulado na parte interna ornado por barra dourada. Na cabeça, orifício para encaixe de coroa (esta inexistente). Apresenta rosto oval, testa larga, sobrancelhas delgadas e arqueadas pintadas em tom preto, olhos pretos de vidro, assimétricos, nariz grande, tez com carnação em tom bege e róseo, boca pequena com lábios em tom vermelho, queixo proeminente e pescoço delgado. Traja túnica longa, em tom verde claro, de mangas compridas, ornada por motivos florais em dourado. Túnica sobreposta por manto esvoaçante, estofado, com panejamento movimentado, tendo a parte externa em tom verde escuro com motivos florais em tom verde claro e barra dourada, e parte interna em tom vermelho com motivos florais e barra dupla dourada. Tem seus braços flexionados à frente do peito, com as duas mãos espalmadas e unidas, em posição de oração. (Cont. em Observações).Imagem sobre globo terrestre em tom azul com as laterais compondo nuvem estilizada nos tons bege e vermelho, de onde sobressai lua crescente (apenas da direita). Na parte frontal do globo, três querubins dispostos de forma esparsa, com rostos arredondados, cabelos cacheados, em tom castanho escuro, testas curtas, sobrancelhas e olhos pintados em tom preto, narizes arrebitados, bochechas salientes, carnação em tom bege e bocas pequenas com lábios em tom vermelho, além de asas em tons diferenciados. O querubim frontal apresenta asas em tom vermelho e dourado e os dois querubins laterais apresentam asas em tom marrom. Globo terrestre apoiado sobre base octogonal com faces abauladas e com pintura em escaiola nos tons vermelho, bege e preto. Medidas complementares: (da base) – L= 11,5 cm; Prof.= 9,4 cm. O objeto encontra-se no interior do oratório de n° de inventário 196. Documentação encontrada no dossiê: 1) Ficha manuscrita do MEC/IPHAN, preenchida a lápis por Tânia Bravo Leite e datada de 18/09/1989. 2) Ficha de Catalogação de Acervo Museológico, registrada por Tânia Bravo Leite (1985) e revisada pela museóloga do Museu da Inconfidência, Celina Santos Barboza, em 1991 (ficha datilografada). 3) 01 foto colorida. 4) Ficha de Acervo Museológico GMCH/MG, em formato de fichário, assinada por Tânia Bravo Leite e por Celina Santos Barboza (1989/1991). 5) Ficha do IPHAN/ 13ª Coordenação Regional, assinada por Ronney Leite Brito, referente à Análise do Estado de Conservação do Acervo/ Museus Vinculados 13ª CR, datada de 10/01/1996.
Dados históricos
Sobre Nossa Senhora da Conceição: “É representada geralmente com semblante jovem e até mesmo infantil, de pé sobre nuvens ou sobre o globo terrestre, envolto por uma serpente./ Freqüentemente tem os cornos da lua sob os pés, os quais quase sempre são circundados por querubins e anjos. O símbolo da lua provém da ladainha: “Pulchra ut luna – pura como a lua./ As mãos aparecem postas ou cruzadas à altura do peito. Sobre a cabeça ela tem coroa real ou auréola de doze estrelas. Na maioria das vezes, é representada sem véu, com longos cabelos esvoaçantes./ Assim como a lua guarda em seu seio os raios de sol, Maria guarda em seu ventre a luz divina, que é Cristo.” (1) Sobre Arte Sacra: “Era a religião o principal fator comum na sociedade colonial brasileira setecentista. A religião católica, com a variedade do seu culto, estava presente no dia-a-dia, quer nos jejuns e abstinências, quer através de ofícios divinos, confissões e comunhões, quer com procissões e festas religiosas./ A devoção religiosa no antigo Arraial do Tijuco foi descrita pelo viajante George Gardner (1942, p.384) da seguinte maneira: “A cidade conta três ou quatro belas igrejas; uma delas, chamada N.S. do Rosário, que pertence aos negros da costa da África, e tem sobre um elevado altar a imagem da Virgem preta. Como morávamos perto desta igreja, assisti muitas noites às celebrações de uma de suas festas a que se achavam presentes, além dos pretos que habitualmente freqüentavam a igreja, muitos dos mais respeitáveis representantes do sexo masculino e feminino da cidade./ Tudo se fazia com perfeita propriedade e certa noite ouvi excelente sermão pregado por um dos sacerdotes locais”./ Minas Gerais, província do ouro e do diamante, centro de riqueza do Brasil colônia por quase um século, teve condições excepcionais de possuir uma imaginária rica. Na significativa produção mineira, se destacam as pequena imagens domésticas adequadas aos oratórios, que, desde o fim do século XVIII, adornavam as casas de família. Estes oratórios, geralmente de pequeno porte, surgiram em face da fé religiosa e do aumento da população com a febre da mineração. Dentre esta produção podemos destacar os conhecidos oratórios D. João V. Com talha rococó e pintura interna, estes oratórios envidraçados são povoados com pequenas imagens de pedra, freqüentemente brancas, com pintura em algumas partes e pouca decoração em ouro, existindo em vários tipos, com tamanhos diversos ou apenas a caixa com o presépio. Foram largamente produzidos do fim do século XVIII até a primeira metade do século XIX, encontrando-se inúmeros exemplares em outros estados do país.” (2) Sobre o objeto (legenda e foto): Oratório em madeira policromada com Crucifixo em marfim e esculturas de N. Sra. Da Conceição e São José. Século XVIII. N° Inventário 196, 168, 167 e 166.” (3)
Referências bibliográficas/arquivísticas
(1) CUNHA, Maria José Assunção da. Iconografia Cristã. Ed. UFOP/ IPAC, Ouro Preto, 1993. Pág. 26. (2) PESTANA, Til Costa. In Catálogo do Museu do Diamante. Ed. Iphan/ Ministério da Cultura. Pág. 22. (3) Catálogo do Museu do Diamante. Ed. Iphan/ Ministério da Cultura. Pág. 24.





