Título
Nossa Senhora do Rosário
Número de registro
163
Denominação
Nossa Senhora
Classificação
Local de produção
Data de produção
Acervo
Museu do Diamante
Procedência
Igreja de Nossa Senhora do Carmo | [Diamantina] | Minas Gerais
Autor
Material/Técnica
douramento | entalhe | folha de ouro | madeira | policromia | recorte | tinta | vidro
Temas
Altura (cm)
41,8
Largura (cm)
21
Profundidade (cm)
16,5
Resumo descritivo
Escultura religiosa, de médio porte e manufatura erudita, confeccionada em madeira entalhada, estofada, policromada e dourada, representando Nossa Senhora do Rosário. Figura feminina, jovem, de pé, em posição frontal, com cabelos semilongos em tom castanho escuro, partidos ao meio, com os cachos caídos sobre os ombros e encimados por véu esvoaçante nos tons marrom e dourado, com panejamento movimentado. Nossa Senhora apresenta rosto redondo, com carnação em tom bege, testa curta, orelhas parcialmente aparentes, sobrancelhas arqueadas, olhos escuros de vidro, nariz aquilino, boca cerrada com lábios finos e pescoço delgado. Apresenta orifício no alto da cabeça para encaixe de coroa. Traja túnica longa dourada, de mangas compridas, cintada, ornada por motivos florais nos tons vermelho e verde, tendo a parte central drapeada e com broche oval sobre o peito. Túnica sobreposta por manto estofado envolto em seu ombro esquerdo, nos tons verde escuro (parte externa) e vermelho (parte interna), ornado por motivos fitomorfos e florais, além de círculos (na técnica do pastilho). Panejamento movimentado. Tem seu braço direito estendido lateralmente (ausência da mão) e seu braço esquerdo flexionado com a mão segurando manto onde apóia o Menino Jesus (este inexistente). Sob Nossa Senhora, conjunto escultórico composto por três querubins, de rostos arredondados, com carnação em tom bege, cabelos castanhos escuros cacheados e estriados, testa larga, sobrancelhas bem delineadas, olhos amendoados em tom castanho, narizes arrebitados, bocas pequenas e carnudas, e queixos proeminentes. Querubins com par de asas em vermelho e dourado, estando o querubim central e o da direita em posição frontal, e o querubim da esquerda com o rosto disposto em diagonal, tendo o olhar voltado à direita. Os querubins estão envoltos por nuvem estilizada composta por volutas em tom azul ornadas por círculos dourados, tendo a parte posterior da mesma estriada e com a mesma ornamentação da parte frontal. Imagem apoiada sobre base octogonal escalonada e pintada em tom vermelho. Documentação encontrada no dossiê: 1) Ficha cadastral do Ministério da Educação e Cultura, datilografada e assinada pelo informante e pelo dirigente do órgão, Antonio Eugenio Nascimento e João Brandão Costa (respectivamente), datada de 06/12/1970. 2) Ficha cadastral do Ministério da Educação e Cultura, datilografada e com o nome do funcionário informante Sr. Antonio Eugenio Nascimento, datada de 11/11/1974. Ficha datilografada do MEC/IPHAN, referente ao inventário de 1981, sem assinatura, com foto preto-e-branca. 02 Fotos coloridas. Ficha de Catalogação de Acervo Museológico, registrada por Tânia Bravo Leite (1989) e revisada pela museóloga do Museu da Inconfidência, Celina Santos Barboza, em 1991 (ficha datilografada). Ficha de Acervo Museológico GMCH/MG, em formato de fichário, assinada por Tânia Bravo Leite e por Celina Santos Barboza (1989/1991), com foto preto-e-branca. Ficha do IPHAN/ 13ª Coordenação Regional, assinada por Ronney Leite Brito, referente à Análise do Estado de Conservação do Acervo / Museus Vinculados 13ª CR, datada de 09/01/1996.
Dados históricos
Sobre Nossa Senhora do Rosário ou de Pompéia: “A devoção a Nossa Senhora do Rosário foi divulgada na Europa e na África pelos frades dominicanos e, no Brasil, pelos frades capuchinhos./ Em Minas Gerais, onde a invocação data dos primeiros tempos da colonização, ela foi adotada como orago das confrarias e irmandades, sobretudo dos negros, existindo em Ouro Preto, já na primeira metade do século XVIII, três sodalícios a ela dedicados./ A Virgem é representada geralmente sobre um bloco de nuvens com querubins, de pé ou sentada, trazendo o Menino Jesus. Eles seguram um rosário à mão direita./ Outra vezes, Nossa Senhora entrega o rosário a São Domingos./ Pode ainda ser representada entregando o rosário a São Domingos, e o Menino Jesus, a Santa Catarina de Siena.” (1) Sobre Arte Sacra: “Era a religião o principal fator comum na sociedade colonial brasileira setecentista. A religião católica, com a variedade do seu culto, estava presente no dia-a-dia, quer nos jejuns e abstinências, quer através de ofícios divinos, confissões e comunhões, quer com procissões e festas religiosas./ A devoção religiosa no antigo Arraial do Tijuco foi descrita pelo viajante George Gardner (1942, p.384) da seguinte maneira: “A cidade conta três ou quatro belas igrejas; uma delas, chamada N.S. do Rosário, que pertence aos negros da costa da África, e tem sobre um elevado altar a imagem da Virgem preta. Como morávamos perto desta igreja, assisti muitas noites às celebrações de uma de suas festas a que se achavam presentes, além dos pretos que habitualmente freqüentavam a igreja, muitos dos mais respeitáveis representantes do sexo masculino e feminino da cidade./ Tudo se fazia com perfeita propriedade e certa noite ouvi excelente sermão pregado por um dos sacerdotes locais”./ Minas Gerais, província do ouro e do diamante, centro de riqueza do Brasil colônia por quase um século, teve condições excepcionais de possuir uma imaginária rica. Na significativa produção mineira, se destacam as pequena imagens domésticas adequadas aos oratórios, que, desde o fim do século XVIII, adornavam as casas de família. Estes oratórios, geralmente de pequeno porte, surgiram em face da fé religiosa e do aumento da população com a febre da mineração. Dentre esta produção podemos destacar os conhecidos oratórios D. João V. Com talha rococó e pintura interna, estes oratórios envidraçados são povoados com pequenas imagens de pedra, freqüentemente brancas, com pintura em algumas partes e pouca decoração em ouro, existindo em vários tipos, com tamanhos diversos ou apenas a caixa com o presépio. Foram largamente produzidos do fim do século XVIII até a primeira metade do século XIX, encontrando-se inúmeros exemplares em outros estados do país.” (2) Sobre o objeto (legenda e foto): “Ao lado: Nossa Senhora do Rosário. Escultura em madeira dourada e policromada. Século XVIII. N° Inventário 163. A observação das particularidades de uma imagem oferece indicações de época e procedência. Nesse sentido, os olhos são um detalhe muito significativo. A presença de olhos de vidro, como nessa imagem, ocorre no século XVIII, generalizando-se no século XIX. Já nos séculos XVI e XVII não foram empregados.” (3)
Referências bibliográficas/arquivísticas
(1) CUNHA, Maria José Assunção da. Iconografia Cristã. Ed. UFOP/ IPAC. Ouro Preto, 1993. Pág.31. (2) PESTANA, Til Costa. In Catálogo do Museu do Diamante. Ed. Iphan/ Ministério da Cultura. Págs. 22. (3) Catálogo do Museu do Diamante. Ed. Iphan/ Ministério da Cultura. Pág. 31.





