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Santa
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Documento
Metadados
Miniatura

Título
Santa Bárbara
Número de registro
149
Denominação
Santa
Classificação
Local de produção
Data de produção
Acervo
Museu do Diamante
Procedência
Belo Horizonte | Minas Gerais
Autor
Material/Técnica
douramento | entalhe | folha de ouro | madeira | policromia | tinta
Temas
Altura (cm)
50
Largura (cm)
20,2 (base)
Profundidade (cm)
12,1 (base)
Resumo descritivo
Escultura religiosa, de médio porte, representando Santa Bárbara, de manufatura erudita, confeccionada em madeira (cedro) entalhada, policromada e dourada. Figura feminina, jovem, de pé, com rosto voltado à esquerda, com carnação esbranquiçada e rósea, tendo cabelos castanhos escuros semilongos, estriados e lisos, parcialmente presos a um coque no alto da cabeça e com diadema dourado de extremidade pontiaguda, ornado por losango na parte central e por volutas na parte inferior. Apresenta rosto oval, orelhas parcialmente aparentes, testa curta, sobrancelhas e olhos pintados em tom castanho escuro, nariz aquilino, bochechas rosadas e boca pequena pintada em tom vermelho. Traja dalmática de mangas compridas e largas, em tom vermelho, com volutas e barras em dourado, tendo pregas bem delineadas e panejamento movimentado. Sobre a dalmática, colete cobrindo os seios (ligeiramente proeminentes), de gola arredondada e cintura marcada, com ornatos em linhas sinuosas, barra em torsado e esfera dourada na extremidade (na parte frontal). Sob a dalmática, túnica em tom verde claro ornada com motivos florais nos tons verde escuro e vermelho, tendo motivos fitomorfos e barra em dourado. Panejamento movimentado. Sobre a dalmática, manto amplo com a parte interna em tom verde e barra dourada, e parte externa em tom amarelo também com barra dourada. Braços flexionados (ambos sem as mãos), tendo o seu braço direito mais elevado. Apresenta sua perna esquerda ligeiramente flexionada, com o pé aparente e calçado com sapato preto. Ao seu lado, à esquerda, representação de torre (um dos atributos), em tamanho desproporcional à santa. Torre facetada, pintada em tom bege, dividida em três partes denteadas, tendo uma janela na parte superior, duas na parte central e um portão na parte inferior. Peça apoiada sobre peanha octogonal escalonada, contendo pintura em marmorizado nos tons amarelo, vermelho e preto. Parte posterior da base reta.
Dados históricos
Sobre Santa Bárbara: “Filha de pais nobres e idólatras, Bárbara nasceu na Nicomédia./ Conta-se que, por ser muito bela, foi encerrada numa torre por ordem do pai, para que ninguém em ausência dele, a pretendesse por esposa. Tendo-se tornado cristã, Bárbara mandou abrir uma terceira janela na torre, para que pudesse ter sempre um símbolo da Santíssima Trindade diante de si. Por ser cristã, foi denunciada pelo pai e condenada à morte. O próprio pai se dispôs a decepar-lhe a cabeça, e logo depois de martirizar a filha, um raio o matou./ Santa Bárbara é invocada protetora contra tempestades. Em algumas localidades da Minas Colonial, foi padroeira dos mineradores. É invocada também padroeira dos militares e artilheiros./ Sua festa é celebrada a 4 de dezembro.” (1) Sobre Arte Sacra: “Era a religião o principal fator comum na sociedade colonial brasileira setecentista. A religião católica, com a variedade do seu culto, estava presente no dia-a-dia, quer nos jejuns e abstinências, quer através de ofícios divinos, confissões e comunhões, quer com procissões e festas religiosas./ A devoção religiosa no antigo Arraial do Tijuco foi descrita pelo viajante George Gardner (1942, p.384) da seguinte maneira: “A cidade conta três ou quatro belas igrejas; uma delas, chamada N.S. do Rosário, que pertence aos negros da costa da África, e tem sobre um elevado altar a imagem da Virgem preta. Como morávamos perto desta igreja, assisti muitas noites às celebrações de uma de suas festas a que se achavam presentes, além dos pretos que habitualmente freqüentavam a igreja, muitos dos mais respeitáveis representantes do sexo masculino e feminino da cidade./ Tudo se fazia com perfeita propriedade e certa noite ouvi excelente sermão pregado por um dos sacerdotes locais”./ Minas Gerais, província do ouro e do diamante, centro de riqueza do Brasil colônia por quase um século, teve condições excepcionais de possuir uma imaginária rica. Na significativa produção mineira, se destacam as pequena imagens domésticas adequadas aos oratórios, que, desde o fim do século XVIII, adornavam as casas de família. Estes oratórios, geralmente de pequeno porte, surgiram em face da fé religiosa e do aumento da população com a febre da mineração. Dentre esta produção podemos destacar os conhecidos oratórios D. João V. Com talha rococó e pintura interna, estes oratórios envidraçados são povoados com pequenas imagens de pedra, freqüentemente brancas, com pintura em algumas partes e pouca decoração em ouro, existindo em vários tipos, com tamanhos diversos ou apenas a caixa com o presépio. Foram largamente produzidos do fim do século XVIII até a primeira metade do século XIX, encontrando-se inúmeros exemplares em outros estados do país.” (2)
Referências bibliográficas/arquivísticas
(1) CUNHA, Maria José Assunção da. Iconografia Cristã. Ed. UFOP/ IPAC. Ouro Preto, 1993. Pág. 103. (2) PESTANA, Til Costa. In Catálogo do Museu do Diamante. Ed. Iphan/ Ministério da Cultura. Pág. 23.