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Santo
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Documento
Anexos
Metadados
Miniatura
Título
São João Nepomuceno
Número de registro
1596
Denominação
Santo
Classificação
Local de produção
Data de produção
Acervo
Museu do Diamante
Procedência
Igreja de Caeté | Minas Gerais
Autor
Material/Técnica
douramento | entalhe | folha de ouro | madeira | policromia | recorte | tinta | vidro
Temas
brasil | escola de aleijadinho | minas gerais | religião | século xviii
Altura (cm)
70,5
Largura (cm)
32,5
Profundidade (cm)
21,8
Resumo descritivo
Escultura religiosa, de grande porte e manufatura erudita, confeccionada em madeira (cedro) entalhada, policromada e dourada, representando São João Nepomuceno. Figura masculina, de meia-idade, de pé, em posição frontal, com cabeça voltada à direita, semicalvo, com cabelos estriados, semilongos, em tom castanho escuro, com mechas em “C” nas extremidades. No alto da cabeça orifício para encaixe de resplendor (este inexistente). Apresenta rosto magro, testa curta, orelhas parcialmente aparentes, sobrancelhas pintadas, olhos amendoados de vidro em tom castanho escuro, nariz aquilino, bigode e barba levemente ondulados, com duas terminações em ponta e boca entreaberta com lábios em tom vermelho e pescoço delgado. Tem os braços flexionados, estando o seu braço esquerdo mais elevado. Traja túnica longa, em tom verde escuro, ornada com motivos fitomorfos e florais em dourado (na técnica do esgrafito), tendo na parte inferior da túnica fechamento em vinte e quatro botões dourados aparentes. Túnica sobreposta por dalmática em tom bege, com gola estilo “padre”, contendo estrias verticais bem marcadas e panejamento movimentado. Sobre a dalmática, capa com capuz, tendo a parte interna ricamente ornada por mechas em “S” e a parte externa em tom vermelho ornada por motivos fitomorfos em dourado. Dalmática fechada à frente do peito por dois cordões com borlas. Tem sua perna direita ligeiramente flexionada e pés calçados com sapatos dourados. Imagem apoiada sobre base irregular em tom vermelho escuro.
Dados históricos
Sobre São João Nepomuceno (1340-1393): “Nascido em Nepomut, na Boêmia, seguiu a vida clerical, distingüindo-se como grande pregador./ Por se negar a relatar o segredo de confissão da Rainha Joana, o rei Wenceslau da Boêmia ordenou que ele fosse lançado ao rio Moldávia. Recebeu pelo seu martírio, o título de Protomártir do Sacramental Sigilo ou Mártir da Confissão./ É invocado protetor em casos de inundações./ Sua festa é celebrada a 16 de maio./ É representado vestindo sotaina negra e esclavina forrada de arminho. São seus atributos uma palma, o crucifixo – que ele contempla – e uma ponte sobre os pés. Tem, ao lado, um pequeno anjo sobre um bloco de nuvens, com o dedo indicador rente aos lábios, em atitude de quem pede silêncio.” (1) Sobre Arte Sacra: “Era a religião o principal fator comum na sociedade colonial brasileira setecentista. A religião católica, com a variedade do seu culto, estava presente no dia-a-dia, quer nos jejuns e abstinências, quer através de ofícios divinos, confissões e comunhões, quer com procissões e festas religiosas./ A devoção religiosa no antigo Arraial do Tijuco foi descrita pelo viajante George Gardner (1942, p.384) da seguinte maneira: “A cidade conta três ou quatro belas igrejas; uma delas, chamada N.S. do Rosário, que pertence aos negros da costa da África, e tem sobre um elevado altar a imagem da Virgem preta. Como morávamos perto desta igreja, assisti muitas noites às celebrações de uma de suas festas a que se achavam presentes, além dos pretos que habitualmente freqüentavam a igreja, muitos dos mais respeitáveis representantes do sexo masculino e feminino da cidade./ Tudo se fazia com perfeita propriedade e certa noite ouvi excelente sermão pregado por um dos sacerdotes locais”./ Minas Gerais, província do ouro e do diamante, centro de riqueza do Brasil colônia por quase um século, teve condições excepcionais de possuir uma imaginária rica. Na significativa produção mineira, se destacam as pequena imagens domésticas adequadas aos oratórios, que, desde o fim do século XVIII, adornavam as casas de família. Estes oratórios, geralmente de pequeno porte, surgiram em face da fé religiosa e do aumento da população com a febre da mineração. Dentre esta produção podemos destacar os conhecidos oratórios D. João V. Com talha rococó e pintura interna, estes oratórios envidraçados são povoados com pequenas imagens de pedra, freqüentemente brancas, com pintura em algumas partes e pouca decoração em ouro, existindo em vários tipos, com tamanhos diversos ou apenas a caixa com o presépio. Foram largamente produzidos do fim do século XVIII até a primeira metade do século XIX, encontrando-se inúmeros exemplares em outros estados do país.” (2) Sobre o objeto (legenda e foto): “À direita: São João Nepomuceno, escultura em madeira dourada e policromada. Século XVIII. N° Inventário 1596. Apresenta características da escola de Aleijadinho.” (3)
Referências bibliográficas/arquivísticas
(1) CUNHA, Maria José Assunção da. Iconografia Cristã. Ed. UFOP/ IPAC. Ouro Preto, 1993. Pág. 117. (2) PESTANA, Til Costa. In Catálogo do Museu do Diamante. Ed. Iphan/ Ministério da Cultura. Pág. 22. (3) Catálogo do Museu do Diamante. Ed. Iphan/ Ministério da Cultura. Pág. 38-39.