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158-2
Título
Santana Mestra
Número de registro
158
Denominação
Santa
Classificação
Local de produção
Data de produção
Acervo
Museu do Diamante
Procedência
Diamantina | [Minas Gerais]
Autor
Material/Técnica
douramento | entalhe | folha de ouro | madeira | policromia | tinta
Temas
Altura (cm)
23,5
Largura (cm)
13,0 (base)
Profundidade (cm)
11,1 (base)
Resumo descritivo
Escultura religiosa, de médio porte, representando Santana Mestra e a Virgem Menina, de manufatura erudita, confeccionada em madeira (cedro) entalhada, policromada e dourada. Figura feminina, de meia-idade, sentada à direita, com rosto levemente voltado à esquerda, coberto por véu. Rosto oval, com carnação em tom bege escuro, testa curta, sobrancelhas, cílios e olhos (rasgados) pintados em tom castanho claro, nariz aquilino, boca de lábios carnudos pintados em tom vermelho e queixo proeminente. Traja túnica dourada, de mangas compridas, com vestígios de tom vermelho nas costas e utilização da técnica do esgrafito. Túnica sobreposta por manto de panejamento movimentado, com drapeado anguloso em dourado. Apresenta seu braço esquerdo atravessado à frente (sem as mãos) e seu braço direito apoiado nas costas da Virgem Menina, esta localizada à esquerda. Virgem de pé, com cabelos estriados e partidos ao meio, em tom castanho, presos por coque no alto da cabeça tendo prendedor em tira vermelha. Apresenta rosto redondo, carnação em tom bege escuro, orelhas parcialmente aparentes, sobrancelhas e olhos em tom castanho, nariz e boca pequenos, esta em tom vermelho. Traja túnica longa dourada, de mangas curtas, cintada, com panejamento pouco movimentado e gola arredondada. Apresenta seu pé direito posicionado mais à frente e calçado com sapato vermelho. Braços quebrados. Na cabeça de ambas, orifício para encaixe de resplendor (estes inexistentes). Grupo escultórico apoiado sobre base irregular. Não apresenta a cadeira ou mocho de apoio à Santana.
Dados históricos
Sobre Santana: "Os textos bíblicos não fazem referência aos pais da Virgem Maria. Ao que indicam os estudiosos de História da Igreja, deve-se ao Proto-evangelho de São Tiago, do século III, a difusão da história e devoção a Santana e São Joaquim. "A Igreja nunca admitiu tal livro como parte da Bíbliam o que não impediu de dedicar uma festa especial aos felizes progenitores de Maria".¹/ A festa de Santana e São Joaquim é celebrada a 26 de julho./ Santana – é representada sob diversas formas, entre as quais se destacam:/1 – Santana Mestra – anciã de semblante sereno, assentada ou em pé. Tem, às mãos ou sobre o colo, um livro no qual ensina a Virgem Menina, que aparece representada, a seu lado/ 2- Aparece carregando Nossa Senhora Menina no braço esquerdo./ 3- Representada em pé, de mãos dadas com Nossa Senhora, sem o livro./ 4- Noutras representações, Santana aparece com a Virgem Maria adulta e o Menino Jesus, estando os três assentados sobre nuvens – Santas Parentelas." (1). Sobre Arte Sacra: “Era a religião o principal fator comum na sociedade colonial brasileira setecentista. A religião católica, com a variedade do seu culto, estava presente no dia-a-dia, quer nos jejuns e abstinências, quer através de ofícios divinos, confissões e comunhões, quer com procissões e festas religiosas./ A devoção religiosa no antigo Arraial do Tijuco foi descrita pelo viajante George Gardner (1942, p.384) da seguinte maneira: “A cidade conta três ou quatro belas igrejas; uma delas, chamada N.S. do Rosário, que pertence aos negros da costa da África, e tem sobre um elevado altar a imagem da Virgem preta. Como morávamos perto desta igreja, assisti muitas noites às celebrações de uma de suas festas a que se achavam presentes, além dos pretos que habitualmente freqüentavam a igreja, muitos dos mais respeitáveis representantes do sexo masculino e feminino da cidade./ Tudo se fazia com perfeita propriedade e certa noite ouvi excelente sermão pregado por um dos sacerdotes locais”./ Minas Gerais, província do ouro e do diamante, centro de riqueza do Brasil colônia por quase um século, teve condições excepcionais de possuir uma imaginária rica. Na significativa produção mineira, se destacam as pequena imagens domésticas adequadas aos oratórios, que, desde o fim do século XVIII, adornavam as casas de família. Estes oratórios, geralmente de pequeno porte, surgiram em face da fé religiosa e do aumento da população com a febre da mineração. Dentre esta produção podemos destacar os conhecidos oratórios D. João V. Com talha rococó e pintura interna, estes oratórios envidraçados são povoados com pequenas imagens de pedra, freqüentemente brancas, com pintura em algumas partes e pouca decoração em ouro, existindo em vários tipos, com tamanhos diversos ou apenas a caixa com o presépio. Foram largamente produzidos do fim do século XVIII até a primeira metade do século XIX, encontrando-se inúmeros exemplares em outros estados do país.” (2)
Referências bibliográficas/arquivísticas
(1) CUNHA, Maria José Assunção da. Iconografia Cristã. Ed. UFOP/ IPAC, Ouro Preto,1993. Pág.17. (2) PESTANA, Til Costa. In Catálogo do Museu do Diamante. Ed. Iphan/ Ministério da Cultura. Pág. 22 e 45.





