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Santa
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Documento
Anexos
Metadados
Miniatura
Título
Santa Rita de Cássia
Número de registro
130
Denominação
Santa
Classificação
Local de produção
Data de produção
Acervo
Museu do Diamante
Procedência
Igreja de N. Sª do Rosário | Diamantina | Minas Gerais
Autor
Material/Técnica
douramento | entalhe | folha de ouro | madeira | policromia | tinta
Temas
Altura (cm)
31,5
Largura (cm)
15,6
Profundidade (cm)
9,3
Resumo descritivo
Escultura religiosa, de médio porte e manufatura erudita, confeccionada em madeira (jacarandá) entalhada, policromada e dourada, representando Santa Rita de Cássia. Figura feminina, jovem, de pé, em posição frontal, com a cabeça ligeiramente voltada à direita e para baixo com orifício para encaixe de resplendor (este inexistente), rosto redondo, tendo a cabeça envolta por soqueijal branco e por véu curto esvoaçante, em tom preto, com barra dourada. Apresenta tez com carnação rósea, olhos afastados e estrábicos, pintados em tom azul, sobrancelhas pintadas em tom preto, nariz aquilino, bochechas salientes, boca com lábios em tom vermelho e queixo proeminente. Traja hábito da Ordem Agostiniana composto por túnica longa preta, cintada, de mangas compridas e largas, com pregas bem marcadas em sentido vertical. Túnica ornada por motivos fitomorfos e volutas douradas (na técnica do esgrafito), sobreposta por manto com a mesma padronagem decorativa. Panejamento movimentado. Tem sua perna direita ligeiramente flexionada com o contorno do pé visível sob o tecido da túnica. Apresenta seu braço esquerdo flexionado e direcionado para cima com a mão elevada e seu braço direito posicionado na altura da cintura (mão quebrada). Imagem apoiada sobre base retangular com vestígios de pintura.
Dados históricos
Sobre Santa Rita de Cássia: “(1381-1457)/ Margarita, conhecida como Rita, nasceu em Roccaporena, perto de Cássia, na Itália e teve uma juventude muito atribulada./ Conta-se que, desde a infância, demonstrava traços de santidade. Casou-se com um jovem aventureiro, teve dois filhos e, dezoito anos depois, o esposo foi assassinado. Tendo os filhos jurado vingar a morte do pai, Rita, que já perdoara os culpados, pedia a Deus que a vingança não se realizasse. Queria antes ver os filhos mortos do que assassinados, o que ocorreu. Viúva e sem filhos, Rita tornou-se monja agostiniana. No convento, ela teria recebido uma das chagas de Cristo, que se imprimiu, em sua festa. Beatificada em 1628, foi canonizada em 1900./ É invocada em casos de desespero e conhecida como Santa Rita dos Aflitos./ Veste hábito agostiniano, negro, de mangas amplas e amarrado por uma correia da mesma cor, que lhe cai aos pés. Seus atributos são uma coroa de espinhos, a ferida na testa, um crucifixo, uma palma com três coroas e abelhas.” (1) Sobre Arte Sacra: “Era a religião o principal fator comum na sociedade colonial brasileira setecentista. A religião católica, com a variedade do seu culto, estava presente no dia-a-dia, quer nos jejuns e abstinências, quer através de ofícios divinos, confissões e comunhões, quer com procissões e festas religiosas./ A devoção religiosa no antigo Arraial do Tijuco foi descrita pelo viajante George Gardner (1942, p.384) da seguinte maneira: “A cidade conta três ou quatro belas igrejas; uma delas, chamada N.S. do Rosário, que pertence aos negros da costa da África, e tem sobre um elevado altar a imagem da Virgem preta. Como morávamos perto desta igreja, assisti muitas noites às celebrações de uma de suas festas a que se achavam presentes, além dos pretos que habitualmente freqüentavam a igreja, muitos dos mais respeitáveis representantes do sexo masculino e feminino da cidade./ Tudo se fazia com perfeita propriedade e certa noite ouvi excelente sermão pregado por um dos sacerdotes locais”./ Minas Gerais, província do ouro e do diamante, centro de riqueza do Brasil colônia por quase um século, teve condições excepcionais de possuir uma imaginária rica. Na significativa produção mineira, se destacam as pequena imagens domésticas adequadas aos oratórios, que, desde o fim do século XVIII, adornavam as casas de família. Estes oratórios, geralmente de pequeno porte, surgiram em face da fé religiosa e do aumento da população com a febre da mineração. Dentre esta produção podemos destacar os conhecidos oratórios D. João V. Com talha rococó e pintura interna, estes oratórios envidraçados são povoados com pequenas imagens de pedra, freqüentemente brancas, com pintura em algumas partes e pouca decoração em ouro, existindo em vários tipos, com tamanhos diversos ou apenas a caixa com o presépio. Foram largamente produzidos do fim do século XVIII até a primeira metade do século XIX, encontrando-se inúmeros exemplares em outros estados do país.” (2)
Referências bibliográficas/arquivísticas
(1) CUNHA, Maria José Assunção da. Iconografia Cristã. Ed. UFOP/ IPAC, Ouro Preto, 1993. Pág. 61. (2) PESTANA, Til Costa. In Catálogo do Museu do Diamante. Ed. Iphan/ Ministério da Cultura. Pág. 22