-
Santa
- Voltar
Documento
Anexos
Metadados
Miniatura
Título
Santana Mestra
Número de registro
129
Denominação
Santa
Classificação
Local de produção
Data de produção
Acervo
Museu do Diamante
Procedência
Diamantina | [Minas Gerais]
Autor
Material/Técnica
douramento | entalhe | folha de ouro | madeira | policromia | tinta
Temas
Altura (cm)
23,6
Largura (cm)
12,6
Profundidade (cm)
13,5
Resumo descritivo
Escultura religiosa, de pequeno porte, confeccionada em madeira (jacarandá) entalhada, policromada e dourada, representando Santana Mestra e a Virgem Menina. Santana representada através de figura feminina, de meia-idade, sentada sobre cadeira vermelha, de espaldar alto, recortado em curvas e contracurvas e com friso em tom amarelo. Apresenta a cabeça e o corpo ligeiramente voltados à direita, com cabelos cacheados em tom castanho escuro envoltos por parte do manto e por véu curto, em tom verde ornado por barra dourada. Orifício no alto da cabeça para encaixe para encaixe de resplendor (este inexistente). Santana com rosto, testa curta, tez com carnação em tom bege, olhos grandes em tom claro com o olhar direcionado para baixo (voltado para o livro), nariz aquilino e boca cerrada com lábios em tom vermelho. Traja túnica verde, de mangas compridas, punhos em vermelho e gola arredondada, em tom vermelho e dourado. Túnica ornada por rosinhas-de-malabar, dispostas de forma esparsa, em tom vermelho e com folhas em tom verde escuro, tendo barra dourada na parte inferior. Apoiado sobre os ombros, manto com a parte externa em tom alaranjado ornado por volutas vermelhas e com a parte interna em tom verde com a barra inferior em dourado. Panejamento ligeiramente movimentado. Santana tem os braços flexionados, segurando o livro com sua mão direita e tendo sua mão esquerda apoiada nas costas da Virgem Menina. Apresenta um pé aparente calçado com sapato preto com ornatos dourados. (Cont. em Observações).À direita, de pé, a Virgem Maria representada através de figura de menina com o corpo de perfil, voltado à esquerda, de cabelos curtos, estriados e partidos ao meio, em tom castanho escuro, tendo o olhar direcionado para baixo, tez com carnação em tom bege, nariz arrebitado, rosto redondo e boca pequena. Traja túnica longa, cintada, de mangas compridas, em tom verde claro, ornada com rosinhas-de-malabar em tom vermelho e com folhas em tom verde escuro, além de barra inferior dourada. Sobre seu ombro direito recai manto em tom verde escuro com barra em tom vermelho e dourado. Tem sua perna esquerda ligeiramente flexionada e ambos os braços flexionados, estando o seu braço esquerdo apoiado sobre livro aberto de capa vermelha e folhas douradas. Com sua mão direita aponta para o texto da página direita do livro aberto, em tom bege, com inscrições em letras pretas, onde se lê: “AVEM/ ARIA...”. Imagens apoiadas sobre base irregular pintada em tom verde escuro. Medidas complementares (com base): L=12,0 cm; Esp.=11,0 cm. Documentação encontrada no dossiê: 1) Ficha datilografada do MEC/IPHAN, referente ao inventário de 1981, sem assinatura, com foto preto-e-branca. 2) Ficha de Acervo Museológico GMCH/MG, em formato de fichário, assinada por Tânia Bravo Leite e por Celina Santos Barboza (1989/1991). Ficha do IPHAN/ 13ª Coordenação Regional, assinada por Ronney Leite Brito, referente à Análise do Estado de Conservação do Acervo/ Museus Vinculados 13ª CR, datada de 20/12/1995.
Marcas/Inscrições
No livro aberto, inscrições em letras pretas: “AVEM/ ARIA....”.
Dados históricos
Sobre Santana: "Os textos bíblicos não fazem referência aos pais da Virgem Maria. Ao que indicam os estudiosos de História da Igreja, deve-se ao Proto-evangelho de São Tiago, do século III, a difusão da história e devoção a Santana e São Joaquim. "A Igreja nunca admitiu tal livro como parte da Bíblia, o que não impediu de dedicar uma festa especial aos felizes progenitores de Maria".¹/ A festa de Santana e São Joaquim é celebrada a 26 de julho./ Santana – é representada sob diversas formas, entre as quais se destacam:/1 – Santana Mestra – anciã de semblante sereno, assentada ou em pé. Tem, às mãos ou sobre o colo, um livro no qual ensina a Virgem Menina, que aparece representada, a seu lado/ 2- Aparece carregando Nossa Senhora Menina no braço esquerdo./ 3- Representada em pé, de mãos dadas com Nossa Senhora, sem o livro./ 4- Noutras representações, Santana aparece com a Virgem Maria adulta e o Menino Jesus, estando os três assentados sobre nuvens – Santas Parentelas." (1). Sobre Arte Sacra: “Era a religião o principal fator comum na sociedade colonial brasileira setecentista. A religião católica, com a variedade do seu culto, estava presente no dia-a-dia, quer nos jejuns e abstinências, quer através de ofícios divinos, confissões e comunhões, quer com procissões e festas religiosas./ A devoção religiosa no antigo Arraial do Tijuco foi descrita pelo viajante George Gardner (1942, p.384) da seguinte maneira: “A cidade conta três ou quatro belas igrejas; uma delas, chamada N.S. do Rosário, que pertence aos negros da costa da África, e tem sobre um elevado altar a imagem da Virgem preta. Como morávamos perto desta igreja, assisti muitas noites às celebrações de uma de suas festas a que se achavam presentes, além dos pretos que habitualmente freqüentavam a igreja, muitos dos mais respeitáveis representantes do sexo masculino e feminino da cidade./ Tudo se fazia com perfeita propriedade e certa noite ouvi excelente sermão pregado por um dos sacerdotes locais”./ Minas Gerais, província do ouro e do diamante, centro de riqueza do Brasil colônia por quase um século, teve condições excepcionais de possuir uma imaginária rica. Na significativa produção mineira, se destacam as pequena imagens domésticas adequadas aos oratórios, que, desde o fim do século XVIII, adornavam as casas de família. Estes oratórios, geralmente de pequeno porte, surgiram em face da fé religiosa e do aumento da população com a febre da mineração. Dentre esta produção podemos destacar os conhecidos oratórios D. João V. Com talha rococó e pintura interna, estes oratórios envidraçados são povoados com pequenas imagens de pedra, freqüentemente brancas, com pintura em algumas partes e pouca decoração em ouro, existindo em vários tipos, com tamanhos diversos ou apenas a caixa com o presépio. Foram largamente produzidos do fim do século XVIII até a primeira metade do século XIX, encontrando-se inúmeros exemplares em outros estados do país.” (2)
Referências bibliográficas/arquivísticas
(1) CUNHA, Maria José Assunção da. Iconografia Cristã. Ed. UFOP/ IPAC, Ouro Preto, 1993. Pág.17. (2) PESTANA, Til Costa. In Catálogo do Museu do Diamante. Ed. Iphan/ Ministério da Cultura. Pág. 22.