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553-2
Título
[Nossa Senhora da Conceição]
Número de registro
553
Denominação
Nossa Senhora
Classificação
Local de produção
Data de produção
Acervo
Museu do Diamante
Procedência
Igreja de Caeté | Minas Gerais
Autor
Material/Técnica
douramento | entalhe | folha de ouro | madeira | policromia | tinta
Temas
Altura (cm)
52,5
Largura (cm)
21
Profundidade (cm)
19
Resumo descritivo
Escultura religiosa, de médio porte e manufatura semi-erudita, confeccionada em madeira entalhada, policromada e dourada representando possivelmente Nossa Senhora da Conceição. Figura feminina, de pé, em posição frontal, sem a cabeça, com os braços flexionados (estando sua mão direita quebrada). Com sua mão esquerda segura manto onde estaria sentado o Menino Jesus (inexistente). Traja túnica longa, em tom esverdeado, cintada, de mangas compridas, ornada por motivos fitomorfos em dourado e por motivos florais nos tons vermelho e verde, além de barra estofada e dourada. Sobre a túnica, outra veste com a mesma padronagem decorativa, com fundo em tom verde, contendo pregas verticais bem marcadas na parte posterior e barra dourada ornada por volutas. Envolto na cintura, manto em tom vermelho. Panejamento movimentado. Nossa Senhora está apoiada sobre nuvem estilizada, composta por estrias verticais e por três querubins dispostos simetricamente na parte frontal, de rostos compridos, cabelos castanhos, com carnação em tom bege e bocas pequenas com lábios em tom vermelho. Querubins com par de asas nos tons verde e vermelho, com douramento. Na parte inferior da imagem, estrutura retangular de encaixe.
Dados históricos
Sobre Nossa Senhora da Conceição: “É representada geralmente com semblante jovem e até mesmo infantil, de pé sobre nuvens ou sobre o globo terrestre, envolto por uma serpente./ Freqüentemente tem os cornos da lua sob os pés, os quais quase sempre são circundados por querubins e anjos. O símbolo da lua provém da ladainha: “Pulchra ut luna – pura como a lua./ As mãos aparecem postas ou cruzadas à altura do peito. Sobre a cabeça ela tem coroa real ou auréola de doze estrelas. Na maioria das vezes, é representada sem véu, com longos cabelos esvoaçantes./ Assim como a lua guarda em seu seio os raios de sol, Maria guarda em seu ventre a luz divina, que é Cristo.” (1) Sobre Arte Sacra: “Era a religião o principal fator comum na sociedade colonial brasileira setecentista. A religião católica, com a variedade do seu culto, estava presente no dia-a-dia, quer nos jejuns e abstinências, quer através de ofícios divinos, confissões e comunhões, quer com procissões e festas religiosas./ A devoção religiosa no antigo Arraial do Tijuco foi descrita pelo viajante George Gardner (1942, p.384) da seguinte maneira: “A cidade conta três ou quatro belas igrejas; uma delas, chamada N.S. do Rosário, que pertence aos negros da costa da África, e tem sobre um elevado altar a imagem da Virgem preta. Como morávamos perto desta igreja, assisti muitas noites às celebrações de uma de suas festas a que se achavam presentes, além dos pretos que habitualmente freqüentavam a igreja, muitos dos mais respeitáveis representantes do sexo masculino e feminino da cidade./ Tudo se fazia com perfeita propriedade e certa noite ouvi excelente sermão pregado por um dos sacerdotes locais”./ Minas Gerais, província do ouro e do diamante, centro de riqueza do Brasil colônia por quase um século, teve condições excepcionais de possuir uma imaginária rica. Na significativa produção mineira, se destacam as pequena imagens domésticas adequadas aos oratórios, que, desde o fim do século XVIII, adornavam as casas de família. Estes oratórios, geralmente de pequeno porte, surgiram em face da fé religiosa e do aumento da população com a febre da mineração. Dentre esta produção podemos destacar os conhecidos oratórios D. João V. Com talha rococó e pintura interna, estes oratórios envidraçados são povoados com pequenas imagens de pedra, freqüentemente brancas, com pintura em algumas partes e pouca decoração em ouro, existindo em vários tipos, com tamanhos diversos ou apenas a caixa com o presépio. Foram largamente produzidos do fim do século XVIII até a primeira metade do século XIX, encontrando-se inúmeros exemplares em outros estados do país.” (2)
Referências bibliográficas/arquivísticas
(1) CUNHA, Maria José Assunção da. Iconografia Cristã. Ed. UFOP/ IPAC, Ouro Preto, 1993. Pág. 26. (2) PESTANA, Til Costa. In Catálogo do Museu do Diamante. Ed. Iphan/ Ministério da Cultura. Pág. 22.





