Título
São João Evangelista
Número de registro
174
Denominação
Apóstolo
Classificação
Local de produção
Data de produção
Acervo
Museu do Diamante
Procedência
Belo Horizonte | Minas Gerais
Autor
Material/Técnica
entalhe | madeira | policromia | tinta
Temas
Altura (cm)
46,5
Largura (cm)
22
Profundidade (cm)
19
Resumo descritivo
Escultura religiosa, de médio porte, confeccionada em madeira (cedro) entalhada, policromada e dourada, representando o Apóstolo São João Evangelista. Figura masculina, jovem, de pé, em posição frontal, de rosto redondo, com cabelos semilongos e cheios, em tom castanho escuro, partidos ao meio, estriados e terminação em cachos, tendo mechas bem marcadas. Apresenta testa curta, tendo sua orelha direita parcialmente aparente, olhos pequenos pintados em tom mel, nariz arrebitado, boca com lábios em tom vermelho, queixo duplo, tendo tez com carnação em tom bege e pescoço delgado. Traja túnica longa, em tom vermelho, de mangas compridas, cintada, com pregas bem marcadas e gola tipo “padre”. Indumentária ornada por motivos fitomorfos e florais em dourado, contendo barra inferior dourada e ornada por motivos fitomorfos. Túnica sobreposta por manto caído sobre os ombros com a parte interna em tom amarelo e a parte externa em tom verde escuro. Panejamento movimentado. Tem seus braços flexionados à frente. Com sua mão esquerda segura livro aberto de folhas em tom bege e capa vermelha. Dedos polegar e indicador da sua mão direita quebrados. Pés calçados com sapatos de bico arredondado, em tom vermelho. Tem sua perna direita ligeiramente flexionada com o pé posicionado mais à frente. Imagem apoiada sobre base octogonal escalonada, com escaiola nos tons verde claro e escuro. Peça com repintura.
Dados históricos
Sobre São João Evangelista: “Filho de Zebedeu, foi, como o pai, pescador do lago da Galiléia. Era o mais jovem dos apóstolos e o predileto de Cristo./ A ele são atribuídos vários textos do Antigo Testamento, como o Quarto Evangelho, o Apocalipse e Três Cartas. Tradição muito antiga afirma que São João faleceu em Éfeso por volta do ano 100./ Sua festa é celebrada a 27 de dezembro./ No grupo do Calvário, é, geralmente, representado ao pé da cruz, acompanhando a Virgem das Dores, vestindo túnica verde e manto vermelho. Quando representado como evangelista, pode aparecer só ou acompanhado de São Lucas, Marcos e Mateus. Seus atributos são a águia, o livro dos Evangelhos e a pena, a caldeira de óleo e a palma do paraíso. Nas cenas da Santa Ceia, pode ainda figurar ao lado de Cristo. A águia simboliza a ascensão aos céus.” (1) Sobre Arte Sacra: “Era a religião o principal fator comum na sociedade colonial brasileira setecentista. A religião católica, com a variedade do seu culto, estava presente no dia-a-dia, quer nos jejuns e abstinências, quer através de ofícios divinos, confissões e comunhões, quer com procissões e festas religiosas./ A devoção religiosa no antigo Arraial do Tijuco foi descrita pelo viajante George Gardner (1942, p.384) da seguinte maneira: “A cidade conta três ou quatro belas igrejas; uma delas, chamada N.S. do Rosário, que pertence aos negros da costa da África, e tem sobre um elevado altar a imagem da Virgem preta. Como morávamos perto desta igreja, assisti muitas noites às celebrações de uma de suas festas a que se achavam presentes, além dos pretos que habitualmente freqüentavam a igreja, muitos dos mais respeitáveis representantes do sexo masculino e feminino da cidade./ Tudo se fazia com perfeita propriedade e certa noite ouvi excelente sermão pregado por um dos sacerdotes locais”./ Minas Gerais, província do ouro e do diamante, centro de riqueza do Brasil colônia por quase um século, teve condições excepcionais de possuir uma imaginária rica. Na significativa produção mineira, se destacam as pequena imagens domésticas adequadas aos oratórios, que, desde o fim do século XVIII, adornavam as casas de família. Estes oratórios, geralmente de pequeno porte, surgiram em face da fé religiosa e do aumento da população com a febre da mineração. Dentre esta produção podemos destacar os conhecidos oratórios D. João V. Com talha rococó e pintura interna, estes oratórios envidraçados são povoados com pequenas imagens de pedra, freqüentemente brancas, com pintura em algumas partes e pouca decoração em ouro, existindo em vários tipos, com tamanhos diversos ou apenas a caixa com o presépio. Foram largamente produzidos do fim do século XVIII até a primeira metade do século XIX, encontrando-se inúmeros exemplares em outros estados do país.” (2)
Referências bibliográficas/arquivísticas
(1) CUNHA, Maria José Assunção da. Iconografia Cristã. Ed. UFOP/ IPAC. Ouro Preto, 1993. Pág. 47. (2) PESTANA, Til Costa. In Catálogo do Museu do Diamante. Ed. Iphan/ Ministério da Cultura. Pág. 22.





