Título
São José
Número de registro
160
Denominação
Santo
Classificação
Local de produção
Data de produção
Acervo
Museu do Diamante
Procedência
Igreja de Nossa Senhora do Rosário | Diamantina | [Minas Gerais]
Autor
Material/Técnica
argila | couro | cozimento | curtume | entalhe | madeira | policromia | queima | terracota | tinta
Temas
Altura (cm)
40
Largura (cm)
17
Profundidade (cm)
15
Resumo descritivo
Escultura religiosa, de médio porte, confeccionada em terracota policromada, representando São José. Figura masculina, de meia-idade, de pé, em posição frontal, tendo a cabeça ligeiramente inclinada à direita. Apresenta cabelos semilongos e estriados, em tom castanho escuro, com madeixas onduladas e penteadas para trás, cobertas por chapéu pendente nas costas, em couro marrom, de abas largas e ornado por fita amarelada arrematada por dois gomos. Santo com orifício na parte superior da cabeça (sem resplendor), semblante sereno, olhos em tom castanho escuro, olhar direcionado para baixo, sobrancelhas espessas pintadas em tom marrom, tez com carnação esbranquiçada, nariz aquilino, boca cerrada com lábios em tom vermelho, barba espessa em tom marrom, com duas terminações em caracol, e pescoço largo. Traja túnica azul celeste, de mangas compridas, cintada, contendo barra inferior em tinta dourada (envelhecida), de panejamento levemente movimentado, tendo gola arredondada com cordão (que prende o chapéu), em tom bege escuro, arrematado por dois gomos. Sobre a túnica, manto com a parte interna em tom amarelo e a parte externa em tom marrom contendo ornatos em motivos fitomorfos e barra inferior lisa em tinta dourada (envelhecida). Tem seu braço esquerdo flexionado com a mão em posição de quem segura o Menino Jesus (este inexistente) e seu braço direito estendido (com antebraço quebrado), possivelmente em posição de quem segura um cajado (este inexistente). Pés calçados com sapatos pretos, tendo sua perna direita ligeiramente flexionada com o pé posicionado mais atrás. Imagem sobre base octogonal escalonada em tom rosa escuro.
Dados históricos
Sobre São José: “...É muito antiga a devoção a São José, entretanto o culto litúrgico data de início do século XV. Em 1870, foi declarado Patrono da Igreja Universal e, em 1955, patrono dos operários e dos casamentos/ Sua festa é celebrada a 19 de março./ É representado como homem semicalvo, barbado e de meia-idade, que leva nos braços, ou numa das mãos, o Menino Jesus. Na outra mão, traz um cajado florido – que simboliza a sua escolha, entre outros, para esposo da Virgem Maria, como seu casamento virginal. Pode ainda ser representado com instrumentos de carpinteiro. No conjunto da Sagrada Família, figura ao lado de Maria e do Menino Jesus. Está presente, em atitude de adoração, em cenas de presépio. Pode ser ainda representado levando aos braços o Menino Jesus e acompanhado da Virgem Maria, nas representações de fuga para o Egito.” (1) Sobre Arte Sacra: “Era a religião o principal fator comum na sociedade colonial brasileira setecentista. A religião católica, com a variedade do seu culto, estava presente no dia-a-dia, quer nos jejuns e abstinências, quer através de ofícios divinos, confissões e comunhões, quer com procissões e festas religiosas./ A devoção religiosa no antigo Arraial do Tijuco foi descrita pelo viajante George Gardner (1942, p.384) da seguinte maneira: “A cidade conta três ou quatro belas igrejas; uma delas, chamada N.S. do Rosário, que pertence aos negros da costa da África, e tem sobre um elevado altar a imagem da Virgem preta. Como morávamos perto desta igreja, assisti muitas noites às celebrações de uma de suas festas a que se achavam presentes, além dos pretos que habitualmente freqüentavam a igreja, muitos dos mais respeitáveis representantes do sexo masculino e feminino da cidade./ Tudo se fazia com perfeita propriedade e certa noite ouvi excelente sermão pregado por um dos sacerdotes locais”./ Minas Gerais, província do ouro e do diamante, centro de riqueza do Brasil colônia por quase um século, teve condições excepcionais de possuir uma imaginária rica. Na significativa produção mineira, se destacam as pequena imagens domésticas adequadas aos oratórios, que, desde o fim do século XVIII, adornavam as casas de família. Estes oratórios, geralmente de pequeno porte, surgiram em face da fé religiosa e do aumento da população com a febre da mineração. Dentre esta produção podemos destacar os conhecidos oratórios D. João V. Com talha rococó e pintura interna, estes oratórios envidraçados são povoados com pequenas imagens de pedra, freqüentemente brancas, com pintura em algumas partes e pouca decoração em ouro, existindo em vários tipos, com tamanhos diversos ou apenas a caixa com o presépio. Foram largamente produzidos do fim do século XVIII até a primeira metade do século XIX, encontrando-se inúmeros exemplares em outros estados do país.” (2)
Referências bibliográficas/arquivísticas
(1) CUNHA, Maria José Assunção da. Iconografia Cristã. Ed. UFOP/ IPAC. Ouro Preto, 1993. Pág. 19. (2) PESTANA, Til Costa. In Catálogo do Museu do Diamante. Ed. Iphan/ Ministério da Cultura. Pág. 22.





