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Cristo de roca [fragmento] (cabeça)
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Documento
Metadados
Miniatura
Título
Nosso Senhor dos Passos
Número de registro
413
Denominação
Cristo de roca [fragmento] (cabeça)
Classificação
Local de produção
Data de produção
Acervo
Museu do Diamante
Procedência
Igreja de N. Sª da Luz | Diamantina | Minas Gerais
Autor
Material/Técnica
entalhe | madeira | policromia | tinta
Temas
Altura (cm)
44
Largura (cm)
31,7
Profundidade (cm)
26
Resumo descritivo
Cabeça de Cristo de roca, correspondente a Nosso Senhor dos Passos, de grandes dimensões (tamanho natural), confeccionada em madeira (jacarandá mineiro) entalhada e policromada. Objeto em posição frontal, com carnação em tom bege (amarelado). Figura masculina, com rosto magro e couro cabeludo pintado em tom marrom escuro. Apresenta testa curta, com representação de ferimentos e sangue provenientes da coroa de espinhos (esta inexistente), em tons azul (esverdeado) e vermelho, este último escorrendo pela parte frontal da testa e pelo nariz. Orelhas aparentes em “C”, sobrancelhas e cílios pintados em tom marrom, olhos grandes pintados em tom esverdeado, com olhar de agonia, nariz grande com narinas pronunciadas, tendo sangue, em tom vermelho, escorrendo pelas mesmas até a boca. Apresenta escoriação em relevo no lado esquerdo da face, em tom vermelho. Boca grande entreaberta, com lábios voltados para baixo e língua vermelha aparente. Barba e bigode estriados, entalhados e pintados em tom marrom. Pescoço normal com representação de ferimentos em relevo. Na extremidade inferior, haste cilíndrica para encaixe na estrutura do corpo.
Dados históricos
Sobre Imagens de Roca: “As imagens de Roca ou de vestir, também conhecidas como “Bastidores”, são aquelas que têm parte do corpo esculpidas e outras em leve armação de madeira, tendo algumas todo o corpo esculpido mais com fino tratamento somente nas extremidades, como cabeça, mãos e pés. Podemos chamá-las, também, de imagens de procissão pois eram muito usadas para essas solenidades religiosas por serem mais leves e fáceis de serem adaptadas nos andores./ Como são vestidas, abriram vasto campo à imaginação e ao gosto da época. As Irmandades, devotos, doadores se esmeravam em cobrí-las com os mais finos e ricos tecidos e jóias./ Segundo o Prof. Valentin Calderon de la Vara, sua origem está ligada à Península Ibérica, onde desde a primeira metade do século XVI tornou-se popular o uso de colocar ricos mantos nas imagens de Nossa Senhora. De acordo com o gosto barroco na tentativa de aumentar o realismo e a dramaticidade, começaram a usar elementos postiços que davam aparência mais natural./ No Brasil, as imagens de roca se desenvolveram graças, especialmente, às Ordens Terceiras, se propagando motivadas, também, pela devoção e gosto popular. Vamos encontrar vários tipos como: (...) III – as que têm as partes do corpo sob as vestes em armação ou bastidores feitos de fina tábua, às vezes recobertas de pano engomado, quando em imagens femininas, para facilitar a composição das vestes. Neste caso, encontram-se a maioria dos exemplos: os que têm somente as pernas em armação; os que têm as partes nobres em papel maché, como algumas peças da coleção de Abelardo Rodrigues, segundo informações do Prof. Valentin Calderon de la Vara./ Na maioria dos casos, os braços são esculpidos com dupla articulação (ombro e cotovelo) e raramente tripla articulação incluindo o pulso. (...) Dentre as imagens mais conhecidas em roca, temos os Cristos representando os passos da Paixão, as Nossas Senhoras, especialmente Nossa Senhora das Dores, Santos Mártires e os Santos das Ordens Terceiras Dominicanas, Franciscanas e Carmelitas.” (1). Sobre Jesus Crucificado: “Representações da cena do Calvário nas quais é comum serem as imagens em tamanho natural, articuladas nos membros superiores a fim de servirem nas encenações do descendimento da cruz, na Sexta-Feira Santa./ Cristo aparece envolvido na cintura por uma faixa branca, denominada perizônio, amarrada por cordas ou nó do próprio tecido. Os braços estão suspensos e presos à cruz por meio de cravos. Os pés, às vezes, estão separados ou unidos um sobre o outro por cravos, apoiados ou não em supedâneo./ Às vezes tem a cabeça caída sobre o ombro e os olhos fechados, sendo chamado de Senhor do Bonfim./ Noutras representações, no conjunto do Calvário, aparecem a Virgem das Dores, São João Evangelista e Maria Madalena, no topo da colina onde está a cruz./ Cristo pode ainda ser representado junto aos outros crucificados, o Bom e o Mau Ladrão, à direita e à esquerda da cruz, respectivamente./ Sobre a cruz, aparece uma placa com as iniciais INRI ou Jesus Nazareno, Rei dos Judeus.” (2) Sobre a Igreja de N.Sª da Luz, em Diamatina (MG): “Igreja de Nossa Senhora da Luz/ No dia da Apresentação do Menino Jesus no templo de Jerusalém (mistério que se celebra na liturgia católica no dia 2 de fevereiro), o profeta Simeão deu ao Salvador, entre outros, o título de “Luz para a Redenção dos Povos”. A liturgia desta festa desenvolveu o tema da luz sob a forma das candeias ou velas. E como a Virgem Santíssima é também homenageada naquela celebração, atribuiu-se-lhe a invocação de Nossa Senhora da Candelária./ A Capela da Luz em Diamantina foi construída por iniciativa de D. Tereza de Jesus Perpétuo Corte Real, esposa de um sargento português enviado ao Tijuco. Quando ainda em Portugal, por ocasião do terremoto de Lisboa (1755), ela fizera votos de construir uma igreja em honra de Nossa Senhora da Luz. Cumpriu esse voto, quando residindo no Tijuco./ A primeira Igreja primitiva datada das duas primeiras décadas do século XIX, foi grandemente ampliada na segunda metade daquele século.” (3)
Referências bibliográficas/arquivísticas
Inventário dos Bens Móveis (datilografado) a cargo do artífice referência 20, Assis Alves Horta, no período de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 1952, cita nº de registro, quantidade, espécie, grupamento, procedência, data de entrada e valor: “117/ 35 Peças/ Cabeças, pés e mãos de santos, de roca/ Idem/ 1.951". No item Idem, leia-se Igreja da Luz. (1) MARQUES, Lucia. Metodologia para o Cadastramento de Escultura Sacra-Imaginária. Ed. Contemp. Minas Gerais. Pág. 23-24. (2) CUNHA, Maria José Assunção da. Iconografia Cristã. Ed. UFOP/ IPAC, Ouro Preto, 1993. Pág. 36 (3) CARVALHO, Celso de. Igrejas e Capelas de Diamantina. In Caderno de Turismo do Estado de Minas, de 04/03/1999. Págs. 4 e 5.