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Santo de roca [fragmento] (cabeça)
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Documento
Anexos
Metadados
Miniatura
Título
São Luís - Rei de França
Número de registro
430
Denominação
Santo de roca [fragmento] (cabeça)
Classificação
Local de produção
Data de produção
Acervo
Museu do Diamante
Procedência
Igreja de N. Sª da Luz | Diamantina | Minas Gerais
Autor
Material/Técnica
entalhe | madeira | policromia | tinta
Temas
Altura (cm)
37
Largura (cm)
25
Profundidade (cm)
16
Resumo descritivo
Cabeça de santo de roca, correspondente a São Luís, Rei de França, de dimensões médias, confeccionada em madeira (jacarandá mineiro) entalhada e policromada. Objeto em posição frontal, com carnação em tom bege escuro, tendo couro cabeludo pintado em tom marrom, além de orifício no topo do crânio (possivelmente para encaixe de coroa – esta inexistente). Figura masculina, de meia-idade, com rosto magro, orelhas aparentes em formato de “C” (orelha esquerda quebrada), testa curta com marcas de expressão, sobrancelhas curvas e cílios pintados em tom castanho escuro, olhos amendoados e pintados em tom esverdeado, com contorno em relevo e olhar estático (sem expressão significativa), nariz aquilino e narinas afiladas, com marcas de sulcos, maçãs do rosto proeminentes em tom avermelhado, bigode reto, entalhado e pintado em tom castanho escuro, bem como os pelos abaixo do lábio inferior. Ao redor do rosto, sombreado esverdeado possivelmente correspondente à barba (cont. em observações).“Boca cerrada, com lábios normais, pintada em tom vermelho claro, e queixo duplo com reentrância, em tom avermelhado. Apresenta pescoço fino, com leve representação do “pomo de Adão” em relevo. Na extremidade inferior, haste cilíndrica para encaixe na estrutura do corpo. Segundo relato do sr. José Aguilar de Paula – cidadão antigo de Diamantina – essas imagens provavelmente pertenciam à Igreja de N.Sª da Luz (fundada em 1780) ,que tinha como tradição a procissão de Quarta-Feira de Cinzas. Documentação encontrada no dossiê: 1) Ficha de Acervo Museológico GMCH/MG, em formato de fichário, assinada por Tânia Bravo Leite e por Celina Santos Barboza (1989/1990). 2) Ficha do IPHAN/ 13ª Coordenação Regional, assinada por Ronney Leite Brito, referente à Análise do Estado de Conservação do Acervo / Museus Vinculados 13ª CR, datada de 12/02/1996.
Dados históricos
Sobre Imagens de Roca: “As imagens de Roca ou de vestir, também conhecidas como “Bastidores”, são aquelas que têm parte do corpo esculpidas e outras em leve armação de madeira, tendo algumas todo o corpo esculpido mais com fino tratamento somente nas extremidades, como cabeça, mãos e pés. Podemos chamá-las, também, de imagens de procissão pois eram muito usadas para essas solenidades religiosas por serem mais leves e fáceis de serem adaptadas nos andores./ Como são vestidas, abriram vasto campo à imaginação e ao gosto da época. As Irmandades, devotos, doadores se esmeravam em cobrí-las com os mais finos e ricos tecidos e jóias./ Segundo o Prof. Valentin Calderon de la Vara, sua origem está ligada à Península Ibérica, onde desde a primeira metade do século XVI tornou-se popular o uso de colocar ricos mantos nas imagens de Nossa Senhora. De acordo com o gosto barroco na tentativa de aumentar o realismo e a dramaticidade, começaram a usar elementos postiços que davam aparência mais natural./ No Brasil, as imagens de roca se desenvolveram graças, especialmente, às Ordens Terceiras, se propagando motivadas, também, pela devoção e gosto popular. Vamos encontrar vários tipos como: (...) III – as que têm as partes do corpo sob as vestes em armação ou bastidores feitos de fina tábua, às vezes recobertas de pano engomado, quando em imagens femininas, para facilitar a composição das vestes. Neste caso, encontram-se a maioria dos exemplos: os que têm somente as pernas em armação; os que têm as partes nobres em papel maché, como algumas peças da coleção de Abelardo Rodrigues, segundo informações do Prof. Valentin Calderon de la Vara./ Na maioria dos casos, os braços são esculpidos com dupla articulação (ombro e cotovelo) e raramente tripla articulação incluindo o pulso. (...) Dentre as imagens mais conhecidas em roca, temos os Cristos representando os passos da Paixão, as Nossas Senhoras, especialmente Nossa Senhora das Dores, Santos Mártires e os Santos das Ordens Terceiras Dominicanas, Franciscanas e Carmelitas.” (1). Sobre São Luis, Rei de França (1215-1270): “Nasceu em Poissy, foi Rei da França durante trinta e três anos, com o título de Luis IX e pertenceu à Ordem Franciscana./ Caridoso e devotado à Igreja, participou de duas Cruzadas, e, tendo sido aprisionado por sarracenos, morreu em Cartago, vitimado pela peste./ Sua festa é celebrada a 25 de agosto./ Pode ser representado vestindo hábito franciscano, ou em trajes régios, coroa e cetro./ Traz numa das mãos uma coroa de espinhos e três cravos da crucifixão, encontrados por São Luis numa das Cruzadas de que participou.” (2) Sobre a Igreja de N.Sª da Luz, em Diamatina (MG): “Igreja de Nossa Senhora da Luz/ No dia da Apresentação do Menino Jesus no templo de Jerusalém (mistério que se celebra na liturgia católica no dia 2 de fevereiro), o profeta Simeão deu ao Salvador, entre outros, o título de “Luz para a Redenção dos Povos”. A liturgia desta festa desenvolveu o tema da luz sob a forma das candeias ou velas. E como a Virgem Santíssima é também homenageada naquela celebração, atribuiu-se-lhe a invocação de Nossa Senhora da Candelária./ A Capela da Luz em Diamantina foi construída por iniciativa de D. Tereza de Jesus Perpétuo Corte Real, esposa de um sargento português enviado ao Tijuco. Quando ainda em Portugal, por ocasião do terremoto de Lisboa (1755), ela fizera votos de construir uma igreja em honra de Nossa Senhora da Luz. Cumpriu esse voto, quando residindo no Tijuco./ A primeira Igreja primitiva datada das duas primeiras décadas do século XIX, foi grandemente ampliada na segunda metade daquele século.” (3)
Referências bibliográficas/arquivísticas
Inventário dos Bens Móveis (datilografado) a cargo do artífice referência 20, Assis Alves Horta, no período de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 1952, cita nº de registro, quantidade, espécie, grupamento, procedência, data de entrada e valor: “117/ 35 Peças/ Cabeças, pés e mãos de santos, de roca/ Idem/ 1.951". No item Idem, leia-se Igreja da Luz. (1) MARQUES, Lucia. Metodologia para o Cadastramento de Escultura Sacra-Imaginária. Ed. Contemp. Minas Gerais. Pág. 23-24. (2) CUNHA, Maria José Assunção da. Iconografia Cristã. Ed. UFOP/ IPAC, Ouro Preto, 1993. Pág. 82-84 (3) CARVALHO, Celso de. Igrejas e Capelas de Diamantina. In Caderno de Turismo do Estado de Minas, de 04/03/1999. Págs. 4 e 5.