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Santo de roca [fragmento] (cabeça)
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Documento
Anexos
Metadados
Miniatura
Título
Santo Antônio de Pádua
Número de registro
426
Denominação
Santo de roca [fragmento] (cabeça)
Classificação
Local de produção
Data de produção
Acervo
Museu do Diamante
Procedência
Igreja de N. Sª da Luz | Diamantina | Minas Gerais
Autor
Material/Técnica
entalhe | madeira | policromia | tinta
Temas
Altura (cm)
33
Largura (cm)
27,5
Profundidade (cm)
16
Resumo descritivo
Cabeça de santo [de roca], correspondente a Santo Antônio de Pádua, de dimensões médias, confeccionada em madeira (jacarandá mineiro) entalhada e policromada. Objeto em posição frontal, com carnação em tom róseo. Figura masculina, jovem, com cabelos curtos, em tonsura, estriados e lisos, entalhados e pintados em tom castanho escuro, tendo franja terminada em pontas. Apresenta rosto oval, orelhas aparentes em formato de “S”, testa curta, sobrancelhas e cílios pintados em tom castanho escuro, olhos rasgados e pintados em tom castanho claro, olhar sereno, nariz arrebitado e narinas afiladas com sulcos, tendo as maçãs do rosto em tom rosado mais intenso. Boca pequena fechada com lábios finos, pintada em tom vermelho claro, e queixo arredondado. Ao redor do rosto, sombreado esverdeado. Apresenta pescoço normal. Na extremidade inferior, prolongamento em madeira com recorte retangular e orifício na parte central para encaixe na estrutura do corpo.
Dados históricos
Sobre Imagens de Roca: “As imagens de Roca ou de vestir, também conhecidas como “Bastidores”, são aquelas que têm parte do corpo esculpidas e outras em leve armação de madeira, tendo algumas todo o corpo esculpido mais com fino tratamento somente nas extremidades, como cabeça, mãos e pés. Podemos chamá-las, também, de imagens de procissão pois eram muito usadas para essas solenidades religiosas por serem mais leves e fáceis de serem adaptadas nos andores./ Como são vestidas, abriram vasto campo à imaginação e ao gosto da época. As Irmandades, devotos, doadores se esmeravam em cobrí-las com os mais finos e ricos tecidos e jóias./ Segundo o Prof. Valentin Calderon de la Vara, sua origem está ligada à Península Ibérica, onde desde a primeira metade do século XVI tornou-se popular o uso de colocar ricos mantos nas imagens de Nossa Senhora. De acordo com o gosto barroco na tentativa de aumentar o realismo e a dramaticidade, começaram a usar elementos postiços que davam aparência mais natural./ No Brasil, as imagens de roca se desenvolveram graças, especialmente, às Ordens Terceiras, se propagando motivadas, também, pela devoção e gosto popular. Vamos encontrar vários tipos como: (...) III – as que têm as partes do corpo sob as vestes em armação ou bastidores feitos de fina tábua, às vezes recobertas de pano engomado, quando em imagens femininas, para facilitar a composição das vestes. Neste caso, encontram-se a maioria dos exemplos: os que têm somente as pernas em armação; os que têm as partes nobres em papel maché, como algumas peças da coleção de Abelardo Rodrigues, segundo informações do Prof. Valentin Calderon de la Vara./ Na maioria dos casos, os braços são esculpidos com dupla articulação (ombro e cotovelo) e raramente tripla articulação incluindo o pulso. (...) Dentre as imagens mais conhecidas em roca, temos os Cristos representando os passos da Paixão, as Nossas Senhoras, especialmente Nossa Senhora das Dores, Santos Mártires e os Santos das Ordens Terceiras Dominicanas, Franciscanas e Carmelitas.” (1). Sobre Santo Antônio de Pádua ou Antônio de Lisboa (1195-1231): “Chamava-se Fernando, nasceu em Lisboa e morreu em Pádua, na Itália. Ingressou na Ordem Franciscanam adotando o nome de Antônio, em homenagem a Santo Antão, e destacou-se como pregador e taumaturgo, ainda em vida./ Sua festa é celebrada a 13 de junho./ Geralmente representado como jovem trajando o hábito franciscano, franzido à cintura por um cordão com três nós. Tem como atributos o crucifixo, um lírio, símbolo da pureza, e o Menino Jesus assentado, ou em pé, sobre um livro, que simboliza uma aparição. Outras representações menos comuns tematizam Santo Antônio dos Pobres ou do Pão, cujos atributos são o Menino Jesus, um alforje ou um avental cheio de pães, que o Santo Antônio oferece aos pobres.” (2) Sobre a Igreja de N.Sª da Luz, em Diamatina (MG): “Igreja de Nossa Senhora da Luz/ No dia da Apresentação do Menino Jesus no templo de Jerusalém (mistério que se celebra na liturgia católica no dia 2 de fevereiro), o profeta Simeão deu ao Salvador, entre outros, o título de “Luz para a Redenção dos Povos”. A liturgia desta festa desenvolveu o tema da luz sob a forma das candeias ou velas. E como a Virgem Santíssima é também homenageada naquela celebração, atribuiu-se-lhe a invocação de Nossa Senhora da Candelária./ A Capela da Luz em Diamantina foi construída por iniciativa de D. Tereza de Jesus Perpétuo Corte Real, esposa de um sargento português enviado ao Tijuco. Quando ainda em Portugal, por ocasião do terremoto de Lisboa (1755), ela fizera votos de construir uma igreja em honra de Nossa Senhora da Luz. Cumpriu esse voto, quando residindo no Tijuco./ A primeira Igreja primitiva datada das duas primeiras décadas do século XIX, foi grandemente ampliada na segunda metade daquele século.” (3)
Referências bibliográficas/arquivísticas
Inventário dos Bens Móveis (datilografado) a cargo do artífice referência 20, Assis Alves Horta, no período de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 1952, cita nº de registro, quantidade, espécie, grupamento, procedência, data de entrada e valor: “117/ 35 Peças/ Cabeças, pés e mãos de santos, de roca/ Idem/ 1.951". No item Idem, leia-se Igreja da Luz (1) MARQUES, Lucia. Metodologia para o Cadastramento de Escultura Sacra-Imaginária. Ed. Contemp. Minas Gerais. Pág. 23-24. (2) CUNHA, Maria José Assunção da. Iconografia Cristã. Ed. UFOP/ IPAC, Ouro Preto, 1993. Pág. 81 (3) CARVALHO, Celso de. Igrejas e Capelas de Diamantina. In Caderno de Turismo do Estado de Minas, de 04/03/1999. Págs. 4 e 5.