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Santo de roca [fragmento] (cabeça)
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Documento
Anexos
Metadados
Miniatura
Título
[São Pedro]
Número de registro
423
Denominação
Santo de roca [fragmento] (cabeça)
Classificação
Local de produção
Data de produção
Acervo
Museu do Diamante
Procedência
Igreja de N. Sª da Luz | Diamantina | Minas Gerais
Autor
Material/Técnica
entalhe | madeira | policromia | tinta
Temas
Altura (cm)
32,5
Largura (cm)
29,5
Profundidade (cm)
26,5
Resumo descritivo
Cabeça de santo de roca, correspondente a um santo papa, possivelmente São Pedro, de dimensões médias, confeccionada em madeira (jacarandá mineiro) entalhada e policromada. Objeto levemente voltado à esquerda, com carnação em tom bege e orifício no topo do crânio (possivelmente para encaixe de resplendor). Figura masculina, de meia-idade, semi-calvo, com cabelos semi-longos estriados e ondulados, em “SS”, entalhados e pintados em tom castanho escuro, com cacho terminado em ponta na parte frontal. Apresenta testa curta com marcas de expressão em relevo, orelhas aparentes, em formato de “S”, sobrancelhas, cílios pintados em tom castanho claro, olhos vitrificados, com olhar apreensivo, e nariz curto e aquilino. Apresenta ossos laterais do rosto proeminentes, boca pequena entreaberta, pintada em tom vermelho claro, com projeção do lábio inferior, além de língua e dentes da arcada superior aparentes. Barba espessa e bigode ondulados e estriados, ambos entalhados e pintados em tom castanho escuro. Pescoço longilíneo com representação da musculatura em relevo. Na extremidade inferior, pregos e haste cilíndrica para encaixe na estrutura do corpo.
Dados históricos
Sobre Imagens de Roca: “As imagens de Roca ou de vestir, também conhecidas como “Bastidores”, são aquelas que têm parte do corpo esculpidas e outras em leve armação de madeira, tendo algumas todo o corpo esculpido mais com fino tratamento somente nas extremidades, como cabeça, mãos e pés. Podemos chamá-las, também, de imagens de procissão pois eram muito usadas para essas solenidades religiosas por serem mais leves e fáceis de serem adaptadas nos andores./ Como são vestidas, abriram vasto campo à imaginação e ao gosto da época. As Irmandades, devotos, doadores se esmeravam em cobrí-las com os mais finos e ricos tecidos e jóias./ Segundo o Prof. Valentin Calderon de la Vara, sua origem está ligada à Península Ibérica, onde desde a primeira metade do século XVI tornou-se popular o uso de colocar ricos mantos nas imagens de Nossa Senhora. De acordo com o gosto barroco na tentativa de aumentar o realismo e a dramaticidade, começaram a usar elementos postiços que davam aparência mais natural./ No Brasil, as imagens de roca se desenvolveram graças, especialmente, às Ordens Terceiras, se propagando motivadas, também, pela devoção e gosto popular. Vamos encontrar vários tipos como: (...) III – as que têm as partes do corpo sob as vestes em armação ou bastidores feitos de fina tábua, às vezes recobertas de pano engomado, quando em imagens femininas, para facilitar a composição das vestes. Neste caso, encontram-se a maioria dos exemplos: os que têm somente as pernas em armação; os que têm as partes nobres em papel maché, como algumas peças da coleção de Abelardo Rodrigues, segundo informações do Prof. Valentin Calderon de la Vara./ Na maioria dos casos, os braços são esculpidos com dupla articulação (ombro e cotovelo) e raramente tripla articulação incluindo o pulso. (...) Dentre as imagens mais conhecidas em roca, temos os Cristos representando os passos da Paixão, as Nossas Senhoras, especialmente Nossa Senhora das Dores, Santos Mártires e os Santos das Ordens Terceiras Dominicanas, Franciscanas e Carmelitas.” (1). Sobre São Pedro: Pescador, apóstolo e primeiro Papa da Igreja, Simão nasceu em Betsaida e recebeu de Cristo a denominação de Kephas – ou Petrus, que simboliza a pedra angular da Igreja. Esteve presente nos grandes acontecimentos da vida de Cristo e, em Pentecostes, foi o primeiro a manifestar-se. Foi martirizado em Roma, sob o Imperador Nero./ Sua festa é celebrada a 29 de junho./ É representado como patriarca, com cabelos e barbas brancas, vestindo paramentos pontificais, geralmente assentado sob um trono e, algumas vezes, apresentando-se de pé. Seus atributos são a tríplice cruz papal, chaves, tiara e uma barca. Representado como apóstolo, traja toga, com cabeça descoberta e pés descalços, e tem como atributo o galo, símbolo da negação de Cristo.” (2) Sobre a Igreja de N.Sª da Luz, em Diamatina (MG): “Igreja de Nossa Senhora da Luz/ No dia da Apresentação do Menino Jesus no templo de Jerusalém (mistério que se celebra na liturgia católica no dia 2 de fevereiro), o profeta Simeão deu ao Salvador, entre outros, o título de “Luz para a Redenção dos Povos”. A liturgia desta festa desenvolveu o tema da luz sob a forma das candeias ou velas. E como a Virgem Santíssima é também homenageada naquela celebração, atribuiu-se-lhe a invocação de Nossa Senhora da Candelária./ A Capela da Luz em Diamantina foi construída por iniciativa de D. Tereza de Jesus Perpétuo Corte Real, esposa de um sargento português enviado ao Tijuco. Quando ainda em Portugal, por ocasião do terremoto de Lisboa (1755), ela fizera votos de construir uma igreja em honra de Nossa Senhora da Luz. Cumpriu esse voto, quando residindo no Tijuco./ A primeira Igreja primitiva datada das duas primeiras décadas do século XIX, foi grandemente ampliada na segunda metade daquele século.” (3)
Referências bibliográficas/arquivísticas
Inventário dos Bens Móveis (datilografado) a cargo do artífice referência 20, Assis Alves Horta, no período de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 1952, cita nº de registro, quantidade, espécie, grupamento, procedência, data de entrada e valor: “117/ 35 Peças/ Cabeças, pés e mãos de santos, de roca/ Idem/ 1.951". No item Idem, leia-se Igreja da Luz. (1) MARQUES, Lucia. Metodologia para o Cadastramento de Escultura Sacra-Imaginária. Ed. Contemp. Minas Gerais. Pág. 23-24. (2) (2) CUNHA, Maria José Assunção da. Iconografia Cristã. Ed. UFOP/ IPAC, Ouro Preto,1993. Pág. 51. (3) CARVALHO, Celso de. Igrejas e Capelas de Diamantina. In Caderno de Turismo do Estado de Minas, de 04/03/1999. Págs. 4 e 5.