Dados históricos
Sobre Madrepérola: “Substância branca, iridescente, dura, suscetível de polimento, diversos moluscos; nácar. Essa bela substância, da qual também é constituída a pérola, é formada por camadas calcárias estriadas e transparentes, e por outras finíssimas de ar, o que lhe proporciona o aspecto irisado. Apesar da superposição das camadas, a madrepérola é tão dura que só pode ser trabalhada com o auxílio de instrumentos próprios e de ácido sulfúrico diluído: é debastada, recortada, gravada, e seu brilho se obtém por polimento especial. O colorido, muito lindo, depende da composição mineral de cada variedade: tem-se a madrepérola clara, de um branco ligeiramente rosado, outra de um branco mais carregado, amarelado, esverdeado ou azulado além de algumas com reflexos de um cinza às vezes bastante escuro. Cada região produz moluscos com diferentes características. Na Antigüidade a madrepérola era proveniente dos mares do Oriente (Golfo Pérsico, Sudoeste asiático) e, a partir do séc. XVI, tem sido extraída também das Antilhas, nas costas sul-americanas do Pacífico, na Austrália. No Extremo Oriente os chineses a utilizaram desde tempos remotos (em incrustações, sobretudo) e a prática passou ao Japão e outras regiões. No Ocidente foi conhecida pelos romanos, e foi aplicada em mosaicos cristãos. Aparece na feitura de objetos litúrgicos, bem como na decoração de trabalhos em metal e ourivesaria, especialmente na Renascença. Torneiros, entalhadores e outros artífices produziam imagens de santos, crucifixos, terços, figuras de jogos de xadrez, cabos de faca, punhos de espadas. A partir do séc. XVII o nácar foi usado no mobiliário e em tabuleiros de jogos (a exemplo da China), enriquecendo as obras de marchetaria (...) Este material, delicado e leve, presta-se para a confecção e a decoração de pequenos objetos de luxo como caixinhas e estojos, missais e terços, além de botões, bijuteria, etc.” (1)