Documento
Anexos
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246-2
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246-3
Metadados
Número de registro
246
Denominação
Armário
Classificação
Local de produção
Data de produção
Acervo
Museu do Diamante
Procedência
Diamantina | Minas Gerais
Autor
Material/Técnica
fundição | madeira | marcenaria | marchetaria | metal | pintura | tinta
Temas
Altura (cm)
204,5
Largura (cm)
195,5
Profundidade (cm)
58,5 e 54,3 (interna)
Resumo descritivo
Armário, de grande porte, confeccionado em madeira (jacarandá), com ornamentação em madeira clara, na técnica da marchetaria, em estilo D. Maria I, com influência do estilo inglês Sheraton. Objeto de formato retangular, com emolduramento, na parte frontal, em filetes duplos. Apresenta duas portas largas fixadas à estrutura através de três dobradiças (cada uma fixada por oito parafusos). Na parte central da porta direita, espelho de fechadura retangular em metal (ferro) fixado através de quatro parafusos (apenas 3 existentes) e respectiva chave também em ferro. Folhas de porta emolduradas por filetes em madeira mais clara, constituindo quatro trapézios, além de três quadros na parte central, estando os dois maiores com ornato em cruz com pontas trifoliadas, tendo quatro ramo de flores em linhas sinuosas que sobressaem da parte central da cruz. No quadro central, cruz trifoliada com quatro ramos florais formando espécie de “8” (na horizontal). Laterais do armário com subdivisão filetada no mesmo formato das portas, mas sem motivos decorativos nos quadros. Parte interna do móvel pintada em tom verde claro, dividida em 15 escaninhos, dispostos três a três em cada nível, de formatos diferenciados e com ornamentação em filetes (dispostos em duplas). Nas laterais, duas pequenas gavetas com espelhos de fechadura quadrangulares, confeccionados em metal prateado (alpaca?) e fixados por quatro parafusos. (Cont. em OBSERVAÇÕES). “As quatro extremidades da parte frontal das gavetas são emolduradas por filetes (em duplas) e ornamentação em motivos fitomorfos, composta por três folhas (em cada extremidade). Peça sustentada por quatro pés recortados em curvas. Parte posterior lisa. Apresenta gancho em ferro na parte interna para segurar a porta esquerda do armário.” Documentação encontrada no dossiê: Ficha cadastral do Ministério da Educação e Cultura, datilografada e assinada pelo informante e pelo dirigente do órgão, Antonio Eugenio Nascimento e João Brandão Costa (respectivamente), datada de 06/12/1970. 2) 04 fotos em preto-e-branco (duas maiores e duas menores). 3) Ficha amarela de fichário, que faz referência a “1 grande armário de madeira jacarandá c/ embutidos medindo 2,00 x 2,00 Adq. Francisco Pinheiro Costa”, com duas fotos. 4) Ficha datilografada do MEC/IPHAN, referente ao inventário de 1981, sem assinatura, com duas fotos em preto-e-branco. 5) Ficha de Catalogação de Acervo Museológico, registrada por Tânia Bravo Leite (1989) e revisada pela museóloga do Museu da Inconfidência, Celina Santos Barboza, em 1990 (ficha datilografada). 6) Ficha de Acervo Museológico GMCH/MG, em formato de fichário, assinada por Tânia Bravo Leite e por Celina Santos Barboza (1989/1990), com foto preto-e-branca. 7) Ficha do IPHAN/ 13ª Coordenação Regional, assinada por Ronney Leite Brito, referente à Análise do Estado de Conservação do Acervo/ Museus Vinculados 13ª CR, de 22/01/1996.
Dados históricos
Sobre Armário: “(...) O aparecimento, e a difusão do armário na Europa, coincidem, mais ou menos, com a descoberta do Novo Mundo e reflete, no Brasil colonial, em escala mais modesta, a evolução que sofreu na Europa e, especialmente em Portugal; surge simples, tosco, ainda escasso. Conhecem-se os armários embutidos e os de canto das sacristias e das casas setecentistas, e alguns armários-arca, além de exemplares divididos ao meio por gavetas. Os modelos portugueses feitos no Brasil em jacarandá ou vinhático têm em geral dois corpos da mesma largura ou portas com dois batentes, e alguns têm divisões e nichos. ” (1) Sobre Mobiliário: “A habitação popular e a dos mais abastados no antigo Arraial do Tijuco, ao longo do século XVIII e primeira metade do século XIX, não teve significativas mudanças. O interior das casas era sóbrio e apenas com o mobiliário essencial, como relatou o viajante Saint Hilaire (1974, p.28): “Quanto aos móveis eram sempre em pequeno número, sendo em geral tamboretes cobertos de couro cru, cadeiras de espaldar, bancos e mesas”./ A partir da segunda metade do século XIX, as habitações das classes mais ricas aperfeiçoaram os seus interiores em espaço, mobiliário e conforto. Os sobrados passaram a apresentar maior número de aberturas para o exterior, permitindo assim maior claridade e melhor arejamento. Também a divisão interna passou a atender às necessidades funcionais. O número de móveis aumentou, importando-se peças variadas e também se fabricando maior quantidade e variedade./ Em fins do século XIX, um interior abastado já tinha uma separação nítida entre os aposentos, cada qual com seu conjunto especializado de peças de mobiliário e de objetos decorativos. Os móveis e a decoração passaram a conhecer mais modas e estilos do que anteriormente./ Dentre as peças de mobiliário preservadas no Museu do Diamante, pode-se observar as curiosas cadeiras sanitárias femininas e masculinas (comuas), que foram amplamente utilizadas pela família colonial brasileira.” (2) Sobre Estilo Sheraton: “Thomas (1751-1806). Expoente do Neoclássico no mobiliário inglês cujo nome designa um estilo elegante e delicado que marcou a arte da ebanistaria européia na última década do século XVIII (...). Nos móveis Sheraton, linhas sóbrias dominam as superfícies planas (pintadas ou incrustadas), com filetes claros, embutidos, retilíneos ou curvos e com painéis folheados, geométricos ou delicadamente figurativos, com coloridos contrastantes. A madeira não é camuflada pelos ornatos como no motivo rocoó, mas valorizada em suas qualidades; usa-se a serra para as incrustações e emprega-se com simplicidade a decoração com ornatos clássicos: urnas, crateras, vasos. Antigas formas também são imitadas como as cadeiras com pernas de sabre. Mais tarde, na última fase, já com influência do estilo Império, nota-se uma certa excentricidade, possivelmente as primeiras manifestações da perturbação mental que o vitimou. Dada a penetração de modas e costumes ingleses em Portugal, o estilo Dona Maria I mostrou-se grandemente marcado pelo estilo Sheraton.” (3)
Referências bibliográficas/arquivísticas
Inventário dos Bens Móveis (datilografado) a cargo do artífice referência 20, Assis Alves Horta, no período de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 1952, cita nº de registro, quantidade, espécie, grupamento, procedência, data de entrada e valor: “146/ Um Armário/ Em jacarandá, com embutidos, com 4 prateleiras e 2 gavetas internas e 15 escaninhos/ Idem/ 1.947". No item Idem, leia-se Diretoria Geral (1) MOUTINHO, Stella Rodrigo Octavio et alli. Dicionário de Artes Decorativas e Decoração de Interiores. Ed. Nova Fronteira, 1999. Pág. 30-31. (2) PESTANA, Til Costa. In Catálogo do Museu do Diamante. Ed. Iphan/ Ministério da Cultura. Págs. 54-55. (3) MOUTINHO, Stella Rodrigo Octavio et alli. Dicionário de Artes Decorativas e Decoração de Interiores. Ed. Nova Fronteira, 1999. Pág. 348.