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Santo de roca [fragmento] (cabeça)
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Documento
Anexos
Metadados
Miniatura
Título
[Santo Agostinho de Hipona]
Número de registro
412
Denominação
Santo de roca [fragmento] (cabeça)
Classificação
Local de produção
Data de produção
Acervo
Museu do Diamante
Procedência
Igreja de N. Sª da Luz | Diamantina | Minas Gerais
Autor
Material/Técnica
entalhe | madeira | policromia | tinta
Temas
Altura (cm)
34
Largura (cm)
31
Profundidade (cm)
23
Resumo descritivo
Cabeça de santo de roca, correspondente a Santo Agostinho de Hipona ou Santo Bispo, de dimensões médias, confeccionada em madeira (jacarandá mineiro) entalhada e policromada. Objeto em posição frontal, com carnação em tom bege escuro. Figura masculina, com cabelos curtos, estriados e levemente ondulados, entalhados e pintados em tom castanho sob solidéu em tom vermelho. Apresenta rosto magro, testa curta, orelhas aparentes em “S” (tendo sua orelha esquerda lascada), sobrancelhas pintadas em tom castanho escuro, olhos pintados em tom castanho claro, com olhar (sem expressão significativa), ossos laterais do rosto proeminentes e maçãs em tom avermelhado, nariz pequeno (parcialmente existente), barba e bigode ondulados e estriados, entalhados e pintados em tom castanho escuro, tendo extremidade da barba terminada em dois cachos. Boca pequena fechada, com projeção do lábio inferior, pintada em tom vermelho claro, queixo com reentrância e pescoço fino. Na extremidade inferior, haste cilíndrica para encaixe na estrutura do corpo.
Dados históricos
Sobre Imagens de Roca: “As imagens de Roca ou de vestir, também conhecidas como “Bastidores”, são aquelas que têm parte do corpo esculpidas e outras em leve armação de madeira, tendo algumas todo o corpo esculpido mais com fino tratamento somente nas extremidades, como cabeça, mãos e pés. Podemos chamá-las, também, de imagens de procissão pois eram muito usadas para essas solenidades religiosas por serem mais leves e fáceis de serem adaptadas nos andores./ Como são vestidas, abriram vasto campo à imaginação e ao gosto da época. As Irmandades, devotos, doadores se esmeravam em cobrí-las com os mais finos e ricos tecidos e jóias./ Segundo o Prof. Valentin Calderon de la Vara, sua origem está ligada à Península Ibérica, onde desde a primeira metade do século XVI tornou-se popular o uso de colocar ricos mantos nas imagens de Nossa Senhora. De acordo com o gosto barroco na tentativa de aumentar o realismo e a dramaticidade, começaram a usar elementos postiços que davam aparência mais natural./ No Brasil, as imagens de roca se desenvolveram graças, especialmente, às Ordens Terceiras, se propagando motivadas, também, pela devoção e gosto popular. Vamos encontrar vários tipos como: (...) III – as que têm as partes do corpo sob as vestes em armação ou bastidores feitos de fina tábua, às vezes recobertas de pano engomado, quando em imagens femininas, para facilitar a composição das vestes. Neste caso, encontram-se a maioria dos exemplos: os que têm somente as pernas em armação; os que têm as partes nobres em papel maché, como algumas peças da coleção de Abelardo Rodrigues, segundo informações do Prof. Valentin Calderon de la Vara./ Na maioria dos casos, os braços são esculpidos com dupla articulação (ombro e cotovelo) e raramente tripla articulação incluindo o pulso. (...) Dentre as imagens mais conhecidas em roca, temos os Cristos representando os passos da Paixão, as Nossas Senhoras, especialmente Nossa Senhora das Dores, Santos Mártires e os Santos das Ordens Terceiras Dominicanas, Franciscanas e Carmelitas.” (1). Sobre Santo Agostinho de Hipona (354-430): “Filho de Santa Mônica, nasceu em Tagaste, na Numídia, África. Maniqueísta e professor de Retórica na África, em Roma e Milão, foi batizado aos trinta e três anos por Santo Ambrósio. Fundou a Ordem dos Agostinianos, foi bispo em Hipona e é considerado grande doutor da Igreja Ocidental./ Sua festa é celebrada a 28 de agosto./ É representado como bispo, com mitra e báculo, veste capa pluvial (asperges) e, às vezes, traz hábito agostiniano – de cor negra, ,mangas amplas e correia presa à cintura, em lugar da alva. Tem como atributo um coração transpassado de flechas, numa das mãos ou no peito, uma pena, o báculo, a mitra e um livro aberto.” (2) Sobre a Igreja de N.Sª da Luz, em Diamatina (MG): “Igreja de Nossa Senhora da Luz/ No dia da Apresentação do Menino Jesus no templo de Jerusalém (mistério que se celebra na liturgia católica no dia 2 de fevereiro), o profeta Simeão deu ao Salvador, entre outros, o título de “Luz para a Redenção dos Povos”. A liturgia desta festa desenvolveu o tema da luz sob a forma das candeias ou velas. E como a Virgem Santíssima é também homenageada naquela celebração, atribuiu-se-lhe a invocação de Nossa Senhora da Candelária./ A Capela da Luz em Diamantina foi construída por iniciativa de D. Tereza de Jesus Perpétuo Corte Real, esposa de um sargento português enviado ao Tijuco. Quando ainda em Portugal, por ocasião do terremoto de Lisboa (1755), ela fizera votos de construir uma igreja em honra de Nossa Senhora da Luz. Cumpriu esse voto, quando residindo no Tijuco./ A primeira Igreja primitiva datada das duas primeiras décadas do século XIX, foi grandemente ampliada na segunda metade daquele século.” (3)
Referências bibliográficas/arquivísticas
Inventário dos Bens Móveis (datilografado) a cargo do artífice referência 20, Assis Alves Horta, no período de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 1952, cita nº de registro, quantidade, espécie, grupamento, procedência, data de entrada e valor: “117/ 35 Peças/ Cabeças, pés e mãos de santos, de roca/ Idem/ 1.951". No item Idem, leia-se Igreja da Luz. (1) MARQUES, Lucia. Metodologia para o Cadastramento de Escultura Sacra-Imaginária. Ed. Contemp. Minas Gerais. Pág. 23-24. (2) CUNHA, Maria José Assunção da. Iconografia Cristã. Ed. UFOP/ IPAC, Ouro Preto, 1993. Pág. 55 (3) CARVALHO, Celso de. Igrejas e Capelas de Diamantina. In Caderno de Turismo do Estado de Minas, de 04/03/1999. Págs. 4 e 5.