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Pintura religiosa
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Documento
Anexos
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143-2
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143-3
Metadados
Miniatura

Título
[Profecia Sibilítica]
Número de registro
143
Denominação
Pintura religiosa
Classificação
Local de produção
Data de produção
Acervo
Museu do Diamante
Procedência
Diamantina | [Igreja das Mercês]
Material/Técnica
costura | policromia | tecido | tinta
Temas
Altura (cm)
250
Largura (cm)
99,5
Resumo descritivo
Pintura religiosa, composta por tecido (linho) costurado em quatro retângulos horizontais, com representação de cena religiosa, pintada em posição vertical, nos tons vermelho, amarelo, azul, branco, preto, verde escuro e cinza. Em primeiro plano, destacam-se quatro figuras humanas ajoelhadas sobre a relva. À esquerda da cena, figura feminina, jovem, de perfil, com a cabeça e olhar voltados para baixo, trajando túnica longa e com a cabeça coberta por véu curto, tendo as mãos em posição de oração. Ao centro, figura masculina, representando o Rei Davi, posicionado de perfil, com a cabeça e o olhar direcionados para cima, em atitude de adoração e mãos em posição de oração. Possui cabelos longos pretos e barba espessa grisalha, trajando túnica curta azul e amarela (de guerreiro) sobreposta por manto longo, com espada na cintura. (Cont. em Observações)Apresenta sua perna direita flexionada e posicionada mais à frente, e a perna esquerda voltada para trás, com sandálias de tiras até os joelhos. Na cabeça, traz a coroa real com três cruzes latinas arrematadas por três pontas ornadas por círculos. Ao seu lado, figura masculina, eclesiástica, idosa, com cabelos longos castanhos escuros e barba grisalha, tendo o olhar voltado à esquerda e trajando túnica e mitra episcopal arrematada por cruz latina, em tom amarelo. À esquerda da cena, figura masculina, jovem, representando santo com hábito franciscano sobreposto por capa, tendo cabelos castanhos escuros e em tonsura, posicionada em direção à figura central, com a cabeça inclinada e o olhar voltado para baixo. Apresenta as mãos sobre o peito. Ao centro da cena, representação de relva em tom verde escuro. Em segundo plano, à esquerda, representação de metade do sol, em tom amarelo, de onde sobressaem raios, em tom vermelho, tendo, à direita da cena, anjo desnudo, parcialmente de perfil, tendo cabelos pretos curtos e partidos ao meio, com asas nos tons azul e verde e olhar direcionado à frente. Apresenta seu braço esquerdo flexionado e posicionado na altura da barriga, e seu braço direito estendido lateralmente. Sua perna direita encontra-se posicionada um pouco mais atrás. Anjo envolto por nuvens em tom acinzentado e céu azul. Na parte superior da peça, tubo de madeira e aros de metal, presos a cordão para prender em espécie de estandarte. A ficha catalográfica anterior faz referência ao título da peça como “sibila”, mas não há nenhuma pesquisa específica a respeito, apenas o significado “Sibila= mulher a quem se atribuía o dom da profecia e o conhecimento do futuro (Enciclopédia Portuguesa e Brasileira).”. Uma pesquisa mais aprofundada pode levar à conclusão que a pintura caracterizaria um aspecto comum em algumas igrejas do antigo Arraial do Tijuco – a colocação dos “painéis sibilíticos”, utilizados nos retábulos durante o período da Semana Santa, conforme pode ser comprovado no livro de Aires Mata Machado sobre o arraial que cita “umas sibilas pintadas em pano para cobrir o altar no tempo da Quaresma”, existentes até meados da década de 90 do século XX, na Igreja das Mercês de Diamantina (MG). A pintura pode caracterizar apenas a profecia de uma das Sibilas (Pérsica; Eritréia; Délfica; Líbica; Sâmia; Agripa; Tiburtina; Helespôntica; Frigia, Cuméia e Européia) – pesquisar nos arquivos da Igreja das Mercês de Diamantina e no Inventário de Bens Móveis, no Escritório Técnico do IPHAN. Documentação encontrada no dossiê: 1) Ficha de Acervo Museológico GMCH/MG, em formato de fichário, assinada por Tânia Bravo Leite e por Celina Santos Barboza (1989/1990). 2) Ficha do IPHAN/ 13ª Coordenação Regional, assinada por Ronney Leite Brito, referente à Análise do Estado de Conservação do Acervo/ Museus Vinculados 13ª CR, datada de 21/12/1995.
Dados históricos
Sobre as Sibilas: “...geralmente invocadas para revelar passagens da vida de Cristo, como seu nascimento, paixão, morte e ressurreição. Essa tradição remonta à Idade Média, onde eram representados autos relativos ao Nascimento e Paixão de Cristo. Nesses autos, denominados mistérios, as Sibilas, às vezes acompanhadas de algum profeta, eram conclamadas a darem seus testemunhos.” (1) Sobre levantamento feito na Igreja das Mercês, com relação a este tipo de painel sibilítico: “Igreja/ Nossa Senhora das Mercês (pintura sobre tecido - 5,0 x 4,0 m)/ Ciméria/ Européia/ .../ As únicas pinturas documentadas; foram realizadas entre 1799 e 1800, por Caetano Luiz de Miranda.” (2) Sobre São Davi: “Salmista, profeta e rei de Israel (At. 2,30), aproximadamente de 1012 a 972 a.C., ascendente de Cristo, filho de Issai ou Jessé da tribo de Judá, ungido, ainda jovem, por Samuel para ser o futuro rei (I Sam. 16,13) foi escudeiro de Saul, seu predecessor no trono. Enfrentou e matou o gigante Golias (I Sam. 17,49). Após a morte de Saul, Davi foi, de novo, ungido rei em Hebron (II Sam. 2,4), mas só a tribo de Judá assim o reconheceu. Reinou sete anos em Hebron, tornando-se, depois, rei de todo Israel durante trinta e três anos. Transferiu a Arca da Aliança para Jerusalém, onde construiu o Templo./ Segundo a tradição, Davi compôs a maioria dos Salmos que, na Bíblia, formam o Livro que tem seu nome e onde ele profetizou a vida de Cristo./ Sua festa é celebrada a 29 de dezembro./ É representado jovem, usando capa e coroa, tendo a cabeça de Golias numa das mãos ou sob os pés. Pode estar seguido de um leão, e trazer uma funda e uma espada. Noutras representações aparece tocando harpa.” (3)
Referências bibliográficas/arquivísticas
(1) ALVES, Célio Macedo. O Ciclo Pictural das Sibilas de Diamantina. In: Imagem Brasileira. Centro de Estudos da Imaginária Brasileira. Ed. UFMG, 2006. Págs. 155-156. (2) (1) ALVES, Célio Macedo. O Ciclo Pictural das Sibilas de Diamantina. In: Imagem Brasileira. Centro de Estudos da Imaginária Brasileira. Ed. UFMG, 2006. Pág. 160. (3) CUNHA, Maria José Assunção da. Iconografia Cristã. Ed. UFOP/ IPAC. Ouro Preto, 1993. Pág. 17. Continuação do Inventário dos Bens Móveis (texto manuscrito – no verso do referido inventário) a cargo do artífice referência 20, Assis Alves Horta, no período correspondente a 1953: “2 dalmáticas...1 pano pintado para...altar com dois anjos, ...tudo recolhido da Igreja das Mercês.”