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Metadados
Título
Nossa Senhora da Conceição
Número de registro
1599
Denominação
Nossa Senhora
Classificação
Local de produção
Data de produção
Acervo
Museu do Diamante
Procedência
Igreja de Nossa Senhora do Amparo Diamantina | Minas Gerais
Autor
Material/Técnica
douramento | entalhe | folha de ouro | madeira | policromia | tinta
Temas
Altura (cm)
73
Largura (cm)
17
Profundidade (cm)
15
Resumo descritivo
Escultura religiosa, de grande porte, representando Nossa Senhora da Conceição confeccionada em madeira (cedro) entalhada, policromada e dourada. Figura feminina, jovem, de pé, em posição frontal, com cabelos longos, levemente ondulados, estriados e partidos ao meio, terminados em cachos e caídos sobre as costas e ombros, em tom preto. Carnação em tons bege e róseo. Apresenta rosto redondo, testa larga, sobrancelhas e cílios pintados em tom castanho, olhos de vidro em tom castanho claro, olhar sereno, nariz grande, maçãs do rosto rosadas, boca pequena fechada com lábios carnudos, pntados em tom vermelho, e queixo duplo. Traja túnica azul clara, de mangas compridas e punhos em dourado, ornada por séries verticais de folhagens em tom azul mais escuro, tendo, na parte inferior, motivos florais (rosas) em tom vermelho, além de barra ornada por triângulos invertidos em tom azul e friso dourado. Apresenta panejamento movimentado. Túnica sobreposta por manto esvoaçante, tendo a parte externa pintada em azul com ornatos em motivos fitomorfos, e a parte interna em tom vermelho claro decorada por folhagens brancas e friso em dourado. Braços flexionados com as mãos em posição de oração. Escultura apoiada sobre nuvem estilizada em tom vermelho claro, ornada por quatro querubins. Querubins dispostos em linha, com cabelos cacheados em tom castanho, rosto redondo, bochechas proeminentes e carnação em tom bege. Possuem olhos em tons azul e verde, nariz pequeno e grosso, tendo três querubins a boca fechada e um deles a boca entreaberta, todos com lábios em tom vermelho. Dois querubins apresentam asas azuis e os outros dois, asas vermelhas. Escultura apoiada sobre base octogonal com pintura em marmorizado nos tons azul claro e escuro. Fundo com estrutura retangular em ferro, fixada por quatro parafusos.
Dados históricos
Sobre Arte Sacra: Era a religião o principal fator comum na sociedade colonial brasileira setecentista. A religião católica, com a variedade do seu culto, estava presente no dia-a-dia, quer nos jejuns e abstinências, quer através de ofícios divinos, confissões e comunhões, quer com procissões e festas religiosas./ A devoção religiosa no antigo Arraial do Tijuco foi descrita pelo viajante George Gardner (1942, p.384) da seguinte maneira: “A cidade conta três ou quatro belas igrejas; uma delas, chamada N.S. do Rosário, que pertence aos negros da costa da África, e tem sobre um elevado altar a imagem da Virgem preta. Como morávamos perto desta igreja, assisti muitas noites às celebrações de uma de suas festas a que se achavam presentes, além dos pretos que habitualmente freqüentavam a igreja, muitos dos mais respeitáveis representantes do sexo masculino e feminino da cidade./ Tudo se fazia com perfeita propriedade e certa noite ouvi excelente sermão pregado por um dos sacerdotes locais”./ Minas Gerais, província do ouro e do diamante, centro de riqueza do Brasil colônia por quase um século, teve condições excepcionais de possuir uma imaginária rica. Na significativa produção mineira, se destacam as pequena imagens domésticas adequadas aos oratórios, que, desde o fim do século XVIII, adornavam as casas de família. Estes oratórios, geralmente de pequeno porte, surgiram em face da fé religiosa e do aumento da população com a febre da mineração. Dentre esta produção podemos destacar os conhecidos oratórios D. João V. Com talha rococó e pintura interna, estes oratórios envidraçados são povoados com pequenas imagens de pedra, freqüentemente brancas, com pintura em algumas partes e pouca decoração em ouro, existindo em vários tipos, com tamanhos diversos ou apenas a caixa com o presépio. Foram largamente produzidos do fim do século XVIII até a primeira metade do século XIX, encontrando-se inúmeros exemplares em outros estados do país.” (1)
Referências bibliográficas/arquivísticas
(1) PESTANA, Til Costa. Catálogo do Museu do Diamante. Ed. Iphan/ Ministério da Cultura. Pág. 22.