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Metadados
Título
Nossa Senhora das Mercês
Número de registro
101
Denominação
Nossa Senhora
Classificação
Local de produção
Data de produção
Acervo
Museu do Diamante
Procedência
Igreja de Nossa Senhora das Mercês Diamantina | Minas Gerais
Autor
Material/Técnica
douramento | entalhe | folha de ouro | madeira | policromia | tinta
Temas
Altura (cm)
63
Largura (cm)
26,8
Resumo descritivo
Escultura religiosa, de grande porte, representando Nossa Senhora das Mercês confeccionada em madeira entalhada, policromada e dourada. Figura feminina, jovem, de pé, em posição frontal, com cabelos semilongos estriados e partidos ao meio, envoltos por véu curto em tom azul (esbranquiçado) ornado por barra dourada. Apresenta carnação em tom róseo, rosto redondo, testa curta, sobrancelhas e olhos pintados em tom preto, olhar direcionado para cima, nariz grande e aquilino com sulcos bem marcados, bochechas rosadas, boca entreaberta com arcada dentária superior aparente e lábios pintados em tom vermelho, além de queixo duplo, pescoço espesso e parte do colo à mostra. Traja túnica de mangas compridas, em tom azul claro, cintada, com punhos e barra em frisos dourados, com panejamento pouco movimentado, tendo escapulário em tom azul claro ornado com barra dourada e emblema com cruz de malta encimada por cruz latina, em dourado. Perna esquerda ligeiramente flexionada com pé voltado mais atrás. Pés calçados com sapatos pretos. Sobre a túnica, manto azul celeste, preso à frente (na altura do peito) por broche circular dourado, ornada por barra dupla em dourado intercalada por friso azul. Braços abertos e estendidos lateralmente (sem as mãos). Escultura apoiada sobre nuvem estilizada e estriada, em tom azul claro. Peça sobre pedestal quadrangular, com faces abauladas, tendo pintura em marmorizado nos tons cinza e vermelho.
Dados históricos
Sobre Arte Sacra: “Era a religião o principal fator comum na sociedade colonial brasileira setecentista. A religião católica, com a variedade do seu culto, estava presente no dia-a-dia, quer nos jejuns e abstinências, quer através de ofícios divinos, confissões e comunhões, quer com procissões e festas religiosas./ A devoção religiosa no antigo Arraial do Tijuco foi descrita pelo viajante George Gardner (1942, p.384) da seguinte maneira: “A cidade conta três ou quatro belas igrejas; uma delas, chamada N.S. do Rosário, que pertence aos negros da costa da África, e tem sobre um elevado altar a imagem da Virgem preta. Como morávamos perto desta igreja, assisti muitas noites às celebrações de uma de suas festas a que se achavam presentes, além dos pretos que habitualmente freqüentavam a igreja, muitos dos mais respeitáveis representantes do sexo masculino e feminino da cidade./ Tudo se fazia com perfeita propriedade e certa noite ouvi excelente sermão pregado por um dos sacerdotes locais”./ Minas Gerais, província do ouro e do diamante, centro de riqueza do Brasil colônia por quase um século, teve condições excepcionais de possuir uma imaginária rica. Na significativa produção mineira, se destacam as pequena imagens domésticas adequadas aos oratórios, que, desde o fim do século XVIII, adornavam as casas de família. Estes oratórios, geralmente de pequeno porte, surgiram em face da fé religiosa e do aumento da população com a febre da mineração. Dentre esta produção podemos destacar os conhecidos oratórios D. João V. Com talha rococó e pintura interna, estes oratórios envidraçados são povoados com pequenas imagens de pedra, freqüentemente brancas, com pintura em algumas partes e pouca decoração em ouro, existindo em vários tipos, com tamanhos diversos ou apenas a caixa com o presépio. Foram largamente produzidos do fim do século XVIII até a primeira metade do século XIX, encontrando-se inúmeros exemplares em outros estados do país.” (1)
Referências bibliográficas/arquivísticas
(1) PESTANA, Til Costa. In Catálogo do Museu do Diamante. Ed. Iphan/ Ministério da Cultura. Págs. 22 e 45.