-
124-2
-
124-3
-
124-4
Número de registro
124
Denominação
Mesa de encostar
Classificação
Local de produção
Data de produção
Acervo
Museu do Diamante
Procedência
Museu do Ouro | Sabará | Minas Gerais
Autor
Material/Técnica
madeira | marcenaria | marchetaria | recorte | vidro
Temas
Altura (cm)
75,7
Largura (cm)
44,3
Comprimento (cm)
92
Resumo descritivo
Mesa [de encostar], confeccionada em madeira (jacarandá), de traços retilíneos e singelos, em estilo D. Maria I. Objeto de formato retangular, com ornatos em madeira mais clara, na técnica da marchetaria. Apresenta tampo retangular, tendo representação de ramo com três pequenas flores na parte central e quatro laços, dispostos um em cada extremidade, encimados por linhas sinuosas e quatro ramos com quatro flores (cada). Os laços encontram-se dispostos entre dois frisos delgados em madeira mais clara, que emolduram o tampo. Apresenta gaveta em formato retangular com espaço para encaixe da chave (sem espelho de fechadura), ornada na parte frontal por filete retangular em madeira mais clara, além de dois puxadores em vidro azul escuro, de formato hexagonal apoiados sobre estrutura circular de madeira. Peça apoiada sobre quatro pernas de secção quadrangular, contornadas por dois filetes em madeira mais clara na parte frontal das pernas dianteiras. Apresenta amarração composta por quatro travessas, estando as laterais em posição mais elevada que a frontal e a posterior.
Dados históricos
Sobre Mesa: “Peça de mobiliário feita de madeira ou outro material sólido e resistente, e que consta de um tampo horizontal repousando sobre suportes e situado normalmente até 80cm do chão. É móvel de apoio e destina-se, em princípio, a fins utilitários: refeições, escrita, trabalhos diversos, serviço, apoio, etc. A construção da mesa é simples (em comparação com outras obras de marcenaria) e, para firmeza da construção, recorre-se a vários processos como, p. ex., a caixa presa ao tampo, ou à colocação de travessas a certa altura para unir convenientemente os pés das mesas longas. (...) Mesa de encostar. Mesa cuja caixa tem três faces decoradas e é reta na parte de trás para ser posta de encontro à parede.” (1) Sobre Marchetaria: “[Do fr. marqueterie.] s.f. Tipo de arte e técnica de ebanistaria que consiste em criar desenhos na superfície plana de um móvel por meio de lâminas de madeira ou outro material (marfim, tartaruga, metal, osso, madrepérola, etc.”; baseia-se no recorte das peças que são embutidas em entalhes, com a mesma forma, abertos em encavo na madeira de revestimento. A rigor é uma espécie de incrustação – a forma mais simples de marchetaria.” (2) Sobre Mobiliário: “A habitação popular e a dos mais abastados no antigo Arraial do Tijuco, ao longo do século XVIII e primeira metade do século XIX, não teve significativas mudanças. O interior das casas era sóbrio e apenas com o mobiliário essencial, como relatou o viajante Saint Hilaire (1974, p.28): “Quanto aos móveis eram sempre em pequeno número, sendo em geral tamboretes cobertos de couro cru, cadeiras de espaldar, bancos e mesas”./ A partir da segunda metade do século XIX, as habitações das classes mais ricas aperfeiçoaram os seus interiores em espaço, mobiliário e conforto. Os sobrados passaram a apresentar maior número de aberturas para o exterior, permitindo assim maior claridade e melhor arejamento. Também a divisão interna passou a atender às necessidades funcionais. O número de móveis aumentou, importando-se peças variadas e também se fabricando maior quantidade e variedade./ Em fins do século XIX, um interior abastado já tinha uma separação nítida entre os aposentos, cada qual com seu conjunto especializado de peças de mobiliário e de objetos decorativos. Os móveis e a decoração passaram a conhecer mais modas e estilos do que anteriormente./ Dentre as peças de mobiliário preservadas no Museu do Diamante, pode-se observar as curiosas cadeiras sanitárias femininas e masculinas (comuas), que foram amplamente utilizadas pela família colonial brasileira.” (3)
Referências bibliográficas/arquivísticas
(1) MOUTINHO, Stella Rodrigo Octavio et alli. Dicionário de Artes Decorativas e Decoração de Interiores. Ed. Nova Fronteira, 1999. Pág. 245-246. (2) MOUTINHO, Stella Rodrigo Octavio et alli. Dicionário de Artes Decorativas e Decoração de Interiores. Ed. Nova Fronteira, 1999. Pág. 240. (3) PESTANA, Til Costa. In Catálogo do Museu do Diamante. Ed. Iphan/ Ministério da Cultura. Págs.54-55. Referência documental: Ofício 95, 3º Distrito D.P.H.A.N, de 03/07/1950.





