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185-2
Número de registro
185
Denominação
Mesa de encostar
Classificação
Local de produção
Data de produção
Acervo
Museu do Diamante
Procedência
Serro | Minas Gerais
Autor
Material/Técnica
fundição | madeira | marcenaria | marchetaria | metal
Temas
Altura (cm)
80
Largura (cm)
72,1
Comprimento (cm)
123
Profundidade (cm)
67,0 (caixa)
Resumo descritivo
Mesa de encostar, de linhas retilíneas e singelas, em estilo D. Maria I, confeccionada em madeira (jacarandá) com ornamentação em madeira mais clara (pau-marfim) feita na técnica da marchetaria. Apresenta tampo ligeiramente saliente, de formato retangular, decorado com filetes triplos sinuosos e espiralados. Caixa retangular com aba emoldurada nas laterais por filetes entremeados por série de losangos e pequenos círculos, tendo o campo central liso e as extremidades em ângulo reto ornadas por rosetas em metal decoradas por gomos em relevo. Peça sustentada por quatro pernas de secção quadrangular, apresentando, na parte superior, ornamentação em filete sinuoso compondo caule com folhas estilizadas. Pernas com estrangulamento e frisos simples escalonados, seguidas de estrutura longilínea, que se afinam para baixo, emolduradas em cada face por filete em madeira mais clara. Pés constituídos de estrutura metálica, em formato piramidal invertido. Na parte frontal, gaveta com dois puxadores de metal dourado, de estrutura octogonal, com medalhão central ovalado e alça. Gaveta emoldurada por filetes sinuosos com folhas e flores estilizadas, em madeira mais clara Ao redor da gaveta, filetes duplos entremeados por losangos e pequenos círculos em série. Não possui espelho de fechadura. Peça sem travejamento.
Dados históricos
Sobre Mesa: “Peça de mobiliário feita de madeira ou outro material sólido e resistente, e que consta de um tampo horizontal repousando sobre suportes e situado normalmente até 80cm do chão. É móvel de apoio e destina-se, em princípio, a fins utilitários: refeições, escrita, trabalhos diversos, serviço, apoio, etc. A construção da mesa é simples (em comparação com outras obras de marcenaria) e, para firmeza da construção, recorre-se a vários processos como, p. ex., a caixa presa ao tampo, ou à colocação de travessas a certa altura para unir convenientemente os pés das mesas longas. (...) Mesa de encostar. Mesa cuja caixa tem três faces decoradas e é reta na parte de trás para ser posta de encontro à parede.” (1) Sobre Mobiliário: “A habitação popular e a dos mais abastados no antigo Arraial do Tijuco, ao longo do século XVIII e primeira metade do século XIX, não teve significativas mudanças. O interior das casas era sóbrio e apenas com o mobiliário essencial, como relatou o viajante Saint Hilaire (1974, p.28): “Quanto aos móveis eram sempre em pequeno número, sendo em geral tamboretes cobertos de couro cru, cadeiras de espaldar, bancos e mesas”./ A partir da segunda metade do século XIX, as habitações das classes mais ricas aperfeiçoaram os seus interiores em espaço, mobiliário e conforto. Os sobrados passaram a apresentar maior número de aberturas para o exterior, permitindo assim maior claridade e melhor arejamento. Também a divisão interna passou a atender às necessidades funcionais. O número de móveis aumentou, importando-se peças variadas e também se fabricando maior quantidade e variedade./ Em fins do século XIX, um interior abastado já tinha uma separação nítida entre os aposentos, cada qual com seu conjunto especializado de peças de mobiliário e de objetos decorativos. Os móveis e a decoração passaram a conhecer mais modas e estilos do que anteriormente./ Dentre as peças de mobiliário preservadas no Museu do Diamante, pode-se observar as curiosas cadeiras sanitárias femininas e masculinas (comuas), que foram amplamente utilizadas pela família colonial brasileira.” (2)
Referências bibliográficas/arquivísticas
Ofício nº 95, 3º Distrito DPHAN, de 03/07/1950 (endereçado do Museu do Ouro – em Sabará). O documento cita a procedência da peça como da região do Serro Frio (MG). (1) MOUTINHO, Stella Rodrigo Octavio et alli. Dicionário de Artes Decorativas e Decoração de Interiores. Ed. Nova Fronteira, 1999. Pág. 245-246. (2) PESTANA, Til Costa. In Catálogo do Museu do Diamante. Ed. Iphan/ Ministério da Cultura. Págs. 54-55.





