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Número de registro
125
Denominação
Cômoda
Classificação
Local de produção
Data de produção
Acervo
Museu do Diamante
Procedência
Museu do Ouro | Sabará | Minas Gerais
Autor
Material/Técnica
escultura | madeira | marcenaria | marchetaria | marfim
Temas
Altura (cm)
111,5
Largura (cm)
115
Profundidade (cm)
64,5
Resumo descritivo
Cômoda, confeccionada em madeira (jacarandá), em estilo de transição D. José I/D. Maria I, com caixa retangular, composta por duas gavetas e três gavetões, com ebutidos em marchetaria, apoiada sobre quatro pés. Objeto de linhas retilíneas com entalhes avolutados, com tampo retangular ornado por moldura escalonada, tendo, na parte superior central, ornato em madeira mais clara, representando ramo com três flores, contornado por filete com extremidades em arco encimado por flor-de-lis estilizada (disposta uma em cada extremidade). Apresenta colunas retilíneas com decoração em filetado em madeira mais clara, tendo a parte superior em curva e a inferior em ponta. Laterais do móvel decoradas por flor e folhas na parte central, contornadas pelo mesmo motivo decorativo do tampo. Peça composta por duas gavetas superiores, em tamanho menor, dispostas lado a lado, e três gavetões maiores na parte inferior, possuindo espelhos de fechadura, em formato de escudete, esculpidos em marfim, além de dois puxadores circulares em cada gaveta arrematados espécie de pino. Parte frontal das gavetas e gavetões emoldurados por filetes com as extremidades finalizadas em arco e flor-de-lis estilizada. Parte inferior do móvel, com aba recortada em curvas e contracurvas, entremeadas por motivos fitomorfos. Peça sustentada sobre quatro pés avolutados arrematados por garras.
Dados históricos
Sobre Cômoda: “Móvel de encostar dotado de gavetas superpostas e destinado a guardar roupas e outros obejtos. (...) Com o estilo D. José I as cômodas inteiras têm duas gavetas no alto e três gavetões, não raro de altura descrescente de baixo para cima; algumas tem colunas laterais esculpidas e pés baixos e largos com volutas (pés de peanha). (...) As cômodas Dona Maria I, do início do séc. XIX, distinguem-se pela simplicidade e elegância das linhas retas marcadas por filetes de madeira clara. Na fabricação de móveis oitocentistas, os estilos adotados não escapam às influências europeías quase sempre com ênfase numa relativa sobriedade que decorre das aplicações práticas do móvel; os cantos são em aresta viva ou arredondados ou com coluna, a decoração tem muitas vezes leques, os espelhos são de marfim, os puxadores de madeira torneada.” (1) Sobre Marchetaria: “[Do fr. marqueterie.] s.f. Tipo de arte e técnica de ebanistaria que consiste em criar desenhos na superfície plana de um móvel por meio de lâminas de madeira ou outro material (marfim, tartaruga, metal, osso, madrepérola, etc.”; baseia-se no recorte das peças que são embutidas em entalhes, com a mesma forma, abertos em encavo na madeira de revestimento. A rigor é uma espécie de incrustação – a forma mais simples de marchetaria.” (2) Sobre Mobiliário: “A habitação popular e a dos mais abastados no antigo Arraial do Tijuco, ao longo do século XVIII e primeira metade do século XIX, não teve significativas mudanças. O interior das casas era sóbrio e apenas com o mobiliário essencial, como relatou o viajante Saint Hilaire (1974, p.28): “Quanto aos móveis eram sempre em pequeno número, sendo em geral tamboretes cobertos de couro cru, cadeiras de espaldar, bancos e mesas”./ A partir da segunda metade do século XIX, as habitações das classes mais ricas aperfeiçoaram os seus interiores em espaço, mobiliário e conforto. Os sobrados passaram a apresentar maior número de aberturas para o exterior, permitindo assim maior claridade e melhor arejamento. Também a divisão interna passou a atender às necessidades funcionais. O número de móveis aumentou, importando-se peças variadas e também se fabricando maior quantidade e variedade./ Em fins do século XIX, um interior abastado já tinha uma separação nítida entre os aposentos, cada qual com seu conjunto especializado de peças de mobiliário e de objetos decorativos. Os móveis e a decoração passaram a conhecer mais modas e estilos do que anteriormente./ Dentre as peças de mobiliário preservadas no Museu do Diamante, pode-se observar as curiosas cadeiras sanitárias femininas e masculinas (comuas), que foram amplamente utilizadas pela família colonial brasileira.” (3)
Referências bibliográficas/arquivísticas
(1) MOUTINHO, Stella Rodrigo Octavio et alli. Dicionário de Artes Decorativas e Decoração de Interiores. Ed. Nova Fronteira, 1999. Pág. 95. (2) MOUTINHO, Stella Rodrigo Octavio et alli. Dicionário de Artes Decorativas e Decoração de Interiores. Ed. Nova Fronteira, 1999. Pág. 240. (3) PESTANA, Til Costa. In Catálogo do Museu do Diamante. Ed. Iphan/ Ministério da Cultura. Págs.54-55 Referência documental: Ofício 95, 3º Distrito D.P.H.A.N, de 03/07/1950.





