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305-4
Número de registro
305
Denominação
Cadeira
Classificação
Local de produção
Data de produção
Acervo
Museu do Diamante
Procedência
Diamantina | Minas Gerais
Autor
Material/Técnica
entrançado | madeira | marcenaria | palhinha
Temas
Altura (cm)
87,5
Largura (cm)
37,5
Profundidade (cm)
44,2
Resumo descritivo
Cadeira confeccionada em madeira lisa (jacarandá), com espaldar recortado, assento em palhinha, no estilo D. Maria I, com influência do estilo inglês Sheraton. Apresenta espaldar de formato quadrangular, em tabela vazada, composto por montantes retos e duas travessas (a superior mais larga e a inferior mais delgada). Parte central do espaldar ornada por três ripas de madeira, em leve curvatura, formando “leque” estilizado. Assento trapezoidal em palhinha. Peça sustentada sobre quatro pernas de secção quadrangular, que se afinam para baixo. Pernas traseiras em ligeira curvatura. Não apresenta amarração.
Dados históricos
Sobre Cadeira: “Assento para uma pessoa, dotado, em princípio, de encosto e, eventualmente, de braços. Por sua íntima associação com o homem, a ao contrário dos outros móveis destinados ao repouso, à guarda ou à exposição dos objetos, a cadeira forma com seu ocupante um todo, a pessoa sentada não esconde, antes realça, as qualidade de desenho e construção, e a cadeira como que determina a atitude de quem senta. Talvez por essa integração, as partes da cadeira são designadas pelos nomes das partes do corpo humano: assento, pernas, pés, costas, braços.” (1) Sobre Estilo Sheraton: “Sheraton. Thomas (1751-1806). Expoente do Neoclássico no mobiliário inglês cujo nome designa um estilo elegante e delicado que marcou a arte da ebanistaria européia na última década do século XVIII (...). Nos móveis Sheraton, linhas sóbrias dominam as superfícies planas (pintadas ou incrustadas), com filetes claros, embutidos, retilíneos ou curvos e com painéis folheados, geométricos ou delicadamente figurativos, com coloridos contrastantes. A madeira não é camuflada pelos ornatos como no motivo rocoó, mas valorizada em suas qualidades; usa-se a serra para as incrustações e emprega-se com simplicidade a decoração com ornatos clássicos: urnas, crateras, vasos. Antigas formas também são imitadas como as cadeiras com pernas de sabre. Mais tarde, na última fase, já com influência do estilo Império, nota-se uma certa excentricidade, possivelmente as primeiras manifestações da perturbação mental que o vitimou. Dada a penetração de modas e costumes ingleses em Portugal, o estilo Dona Maria I mostrou-se grandemente marcado pelo estilo Sheraton.” (2) Sobre Mobiliário: “A habitação popular e a dos mais abastados no antigo Arraial do Tijuco, ao longo do século XVIII e primeira metade do século XIX, não teve significativas mudanças. O interior das casas era sóbrio e apenas com o mobiliário essencial, como relatou o viajante Saint Hilaire (1974, p.28): “Quanto aos móveis eram sempre em pequeno número, sendo em geral tamboretes cobertos de couro cru, cadeiras de espaldar, bancos e mesas”./ A partir da segunda metade do século XIX, as habitações das classes mais ricas aperfeiçoaram os seus interiores em espaço, mobiliário e conforto. Os sobrados passaram a apresentar maior número de aberturas para o exterior, permitindo assim maior claridade e melhor arejamento. Também a divisão interna passou a atender às necessidades funcionais. O número de móveis aumentou, importando-se peças variadas e também se fabricando maior quantidade e variedade./ Em fins do século XIX, um interior abastado já tinha uma separação nítida entre os aposentos, cada qual com seu conjunto especializado de peças de mobiliário e de objetos decorativos. Os móveis e a decoração passaram a conhecer mais modas e estilos do que anteriormente./ Dentre as peças de mobiliário preservadas no Museu do Diamante, pode-se observar as curiosas cadeiras sanitárias femininas e masculinas (comuas), que foram amplamente utilizadas pela família colonial brasileira. (3)
Referências bibliográficas/arquivísticas
Inventário dos Bens Móveis (datilografado) a cargo do artífice referência 20, Assis Alves Horta, no período de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 1952, cita nº de registro, quan- tidade, espécie, grupamento, procedência, data de entrada e valor: “181/ Três Cadeiras/ Em jacarandá, com leque entalhado, assento de palhinha e encosto de sarrafos/ Francisco P. Costa/ 1.950". (1) MOUTINHO, Stella Rodrigo Octavio et alli. Dicionário de Artes Decorativas e Decoração de Interiores. Ed. Nova Fronteira, 1999. Pág. 69. (2) MOUTINHO, Stella Rodrigo Octavio et alli. Dicionário de Artes Decorativas e Decoração de Interiores. Ed. Nova Fronteira, 1999. Pág. 348. (3) PESTANA, Til Costa. In Catálogo do Museu do Diamante. Ed. Iphan/ Ministério da Cultura. Pág. 55.





