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177-2
Número de registro
177
Denominação
Cadeira
Classificação
Local de produção
Data de produção
Acervo
Museu do Diamante
Procedência
Diamantina | Minas Gerais
Autor
Material/Técnica
entrançado | jacarandá | madeira | marcenaria | marchetaria | palhinha
Temas
Altura (cm)
84,3
Largura (cm)
42
Profundidade (cm)
41,7
Resumo descritivo
Cadeira de manufatura singela e eclética, confeccionada em madeira (jacarandá), de estrutura retangular e assento quadrangular, em palhinha, com a parte frontal reta. Apresenta encosto dividido em duas traves dispostas horizontalmente, sendo a trave superior recortada em curvas e com ornato central em formato trifoliado, em relevo, e a inferior reta ornada por dupla de filetes em madeira mais clara, de formato retangular. Montantes levemente curvos. Objeto sustentando por quatro pernas de secção quadrangular. Pernas dianteiras arqueadas em sabre e pernas posteriores levemente voltadas para trás. Peça sem amarração.
Dados históricos
Sobre Cadeira: “Assento para uma pessoa, dotado, em princípio, de encosto e, eventualmente, de braços. Por sua íntima associação com o homem, a ao contrário dos outros móveis destinados ao repouso, à guarda ou à exposição dos objetos, a cadeira forma com seu ocupante um todo, a pessoa sentada não esconde, antes realça, as qualidade de desenho e construção, e a cadeira como que determina a atitude de quem senta. Talvez por essa integração, as partes da cadeira são designadas pelos nomes das partes do corpo humano: assento, pernas, pés, costas, braços.” (1) Sobre Estilo Regency: “[Ingl. ‘Regência’.] Estilo decorativo inglês que assim se denomina por abranger o período da regência do Príncipe de Gales (1811-1820) e de seu reinado como George IV (1820-1830). Sob os auspícios desse príncipe, um tanto extravagante mas de refinado gosto literário e artístico, o estilo se delinea desde a última década do séc. XVIII e vai se estender até cerca de 1840, já com a Rainha Vitória (early victorian). Embora em sintonia com o Neoclássico o estilo Regency reage, a princípio, às criações de Adam e Hepplewhite livremente inspiradas nos modelos antigos. A nova linha, mais rigorosa, copia peças da Antiguidade (a cadeira com pés de sabre, a cadeira curul, os pés de garra, as folhas de acanto entalhadas em voluta, as palmetas incrustadas) com nítida tendência para a solidez e uma segura interpretação arqueológica.” (2) Sobre Mobiliário: “A habitação popular e a dos mais abastados no antigo Arraial do Tijuco, ao longo do século XVIII e primeira metade do século XIX, não teve significativas mudanças. O interior das casas era sóbrio e apenas com o mobiliário essencial, como relatou o viajante Saint Hilaire (1974, p.28): “Quanto aos móveis eram sempre em pequeno número, sendo em geral tamboretes cobertos de couro cru, cadeiras de espaldar, bancos e mesas”./ A partir da segunda metade do século XIX, as habitações das classes mais ricas aperfeiçoaram os seus interiores em espaço, mobiliário e conforto. Os sobrados passaram a apresentar maior número de aberturas para o exterior, permitindo assim maior claridade e melhor arejamento. Também a divisão interna passou a atender às necessidades funcionais. O número de móveis aumentou, importando-se peças variadas e também se fabricando maior quantidade e variedade./ Em fins do século XIX, um interior abastado já tinha uma separação nítida entre os aposentos, cada qual com seu conjunto especializado de peças de mobiliário e de objetos decorativos. Os móveis e a decoração passaram a conhecer mais modas e estilos do que anteriormente./ Dentre as peças de mobiliário preservadas no Museu do Diamante, pode-se observar as curiosas cadeiras sanitárias femininas e masculinas (comuas), que foram amplamente utilizadas pela família colonial brasileira. (3)
Referências bibliográficas/arquivísticas
(1) MOUTINHO, Stella Rodrigo Octavio et alli. Dicionário de Artes Decorativas e Decoração de Interiores. Ed. Nova Fronteira, 1999. Pág. 69. (2) MOUTINHO, Stella Rodrigo Octavio et alli. Dicionário de Artes Decorativas e Decoração de Interiores. Ed. Nova Fronteira, 1999. Pág. 321. (3) PESTANA, Til Costa. In Catálogo do Museu do Diamante. Ed. Iphan/ Ministério da Cultura. Págs. 54-55.





