Documento
Anexos
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141-2
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141-3
Metadados
Número de registro
141
Denominação
Cadeira
Classificação
Local de produção
Data de produção
Acervo
Museu do Diamante
Procedência
Museu do Ouro | Sabará | Minas Gerais
Autor
Material/Técnica
entrançado | jacarandá | madeira | marcenaria | marchetaria | palhinha | pau-marfim
Temas
Altura (cm)
88,5
Largura (cm)
49,7
Profundidade (cm)
37
Resumo descritivo
Cadeira confeccionada em madeira (jacarandá), com ornamentação em madeira clara (pau-marfim), na técnica da marchetaria, em estilo D. Maria I, com influência do estilo inglês Sheraton. Objeto com espaldar recortado em formato quadrangular, composto por dois montantes levemente voltados para trás e duas travessas (a superior mais delgada e a inferior mais espessa) dispostas horizontalmente. Apresenta espaldar filetado e ornamentação com flor central (na travessa inferior) ladeada por fios espiralados. Nas extremidades dos montantes, observa-se a mesma padronagem de fios. Assento trapezoidal em palhinha, decorado por filetes duplos, flor e fios espiralados, estes últimos dispostos na parte frontal. Peça sustentada sobre quatro pernas de secção quadrangular. Travejamento quadrado.
Dados históricos
Sobre Cadeira: “Assento para uma pessoa, dotado, em princípio, de encosto e, eventualmente, de braços. Por sua íntima associação com o homem, a ao contrário dos outros móveis destinados ao repouso, à guarda ou à exposição dos objetos, a cadeira forma com seu ocupante um todo, a pessoa sentada não esconde, antes realça, as qualidade de desenho e construção, e a cadeira como que determina a atitude de quem senta. Talvez por essa integração, as partes da cadeira são designadas pelos nomes das partes do corpo humano: assento, pernas, pés, costas, braços.” (1) Sobre Estilo Sheraton: “Thomas (1751-1806). Expoente do Neoclássico no mobiliário inglês cujo nome designa um estilo elegante e delicado que marcou a arte da ebanistaria européia na última década do século XVIII (...). Nos móveis Sheraton, linhas sóbrias dominam as superfícies planas (pintadas ou incrustadas), com filetes claros, embutidos, retilíneos ou curvos e com painéis folheados, geométricos ou delicadamente figurativos, com coloridos contrastantes. A madeira não é camuflada pelos ornatos como no motivo rocoó, mas valorizada em suas qualidades; usa-se a serra para as incrustações e emprega-se com simplicidade a decoração com ornatos clássicos: urnas, crateras, vasos. Antigas formas também são imitadas como as cadeiras com pernas de sabre. Mais tarde, na última fase, já com influência do estilo Império, nota-se uma certa excentricidade, possivelmente as primeiras manifestações da perturbação mental que o vitimou. Dada a penetração de modas e costumes ingleses em Portugal, o estilo Dona Maria I mostrou-se grandemente marcado pelo estilo Sheraton.” (2) Sobre Mobiliário: “A habitação popular e a dos mais abastados no antigo Arraial do Tijuco, ao longo do século XVIII e primeira metade do século XIX, não teve significativas mudanças. O interior das casas era sóbrio e apenas com o mobiliário essencial, como relatou o viajante Saint Hilaire (1974, p.28): “Quanto aos móveis eram sempre em pequeno número, sendo em geral tamboretes cobertos de couro cru, cadeiras de espaldar, bancos e mesas”./ A partir da segunda metade do século XIX, as habitações das classes mais ricas aperfeiçoaram os seus interiores em espaço, mobiliário e conforto. Os sobrados passaram a apresentar maior número de aberturas para o exterior, permitindo assim maior claridade e melhor arejamento. Também a divisão interna passou a atender às necessidades funcionais. O número de móveis aumentou, importando-se peças variadas e também se fabricando maior quantidade e variedade./ Em fins do século XIX, um interior abastado já tinha uma separação nítida entre os aposentos, cada qual com seu conjunto especializado de peças de mobiliário e de objetos decorativos. Os móveis e a decoração passaram a conhecer mais modas e estilos do que anteriormente./ Dentre as peças de mobiliário preservadas no Museu do Diamante, pode-se observar as curiosas cadeiras sanitárias femininas e masculinas (comuas), que foram amplamente utilizadas pela família colonial brasileira.” (3)
Referências bibliográficas/arquivísticas
(1) MOUTINHO, Stella Rodrigo Octavio et alli. Dicionário de Artes Decorativas e Decoração de Interiores. Ed. Nova Fronteira, 1999. Pág. 69. (2) MOUTINHO, Stella Rodrigo Octavio et alli. Dicionário de Artes Decorativas e Decoração de Interiores. Ed. Nova Fronteira, 1999. Pág. 348. (3) PESTANA, Til Costa. In Catálogo do Museu do Diamante. Ed. Iphan/ Ministério da Cultura. Pág. 55. Referência documental: Ofício 95, 3º Distrito D.P.H.A.N, de 03/07/1950. Referência documental: Ofício 95, 3º Distrito D.P.H.A.N, de 03/07/1950.