Dados históricos
Sobre Cômoda: “Móvel de encostar dotado de gavetas superpostas e destinado a guardar roupas e outros obejtos. (...) Com o estilo D. José I as cômodas inteiras têm duas gavetas no alto e três gavetões, não raro de altura descrescente de baixo para cima; algumas tem colunas laterais esculpidas e pés baixos e largos com volutas (pés de peanha). (...) As cômodas Dona Maria I, do início do séc. XIX, distinguem-se pela simplicidade e elegância das linhas retas marcadas por filetes de madeira clara. Na fabricação de móveis oitocentistas, os estilos adotados não escapam às influências europeías quase sempre com ênfase numa relativa sobriedade que decorre das aplicações práticas do móvel; os cantos são em aresta viva ou arredondados ou com coluna, a decoração tem muitas vezes leques, os espelhos são de marfim, os puxadores de madeira torneada.” (1) Sobre Marchetaria: “[Do fr. marqueterie.] s.f. Tipo de arte e técnica de ebanistaria que consiste em criar desenhos na superfície plana de um móvel por meio de lâminas de madeira ou outro material (marfim, tartaruga, metal, osso, madrepérola, etc.”; baseia-se no recorte das peças que são embutidas em entalhes, com a mesma forma, abertos em encavo na madeira de revestimento. A rigor é uma espécie de incrustação – a forma mais simples de marchetaria.” (2) Sobre Mobiliário: “A habitação popular e a dos mais abastados no antigo Arraial do Tijuco, ao longo do século XVIII e primeira metade do século XIX, não teve significativas mudanças. O interior das casas era sóbrio e apenas com o mobiliário essencial, como relatou o viajante Saint Hilaire (1974, p.28): “Quanto aos móveis eram sempre em pequeno número, sendo em geral tamboretes cobertos de couro cru, cadeiras de espaldar, bancos e mesas”./ A partir da segunda metade do século XIX, as habitações das classes mais ricas aperfeiçoaram os seus interiores em espaço, mobiliário e conforto. Os sobrados passaram a apresentar maior número de aberturas para o exterior, permitindo assim maior claridade e melhor arejamento. Também a divisão interna passou a atender às necessidades funcionais. O número de móveis aumentou, importando-se peças variadas e também se fabricando maior quantidade e variedade./ Em fins do século XIX, um interior abastado já tinha uma separação nítida entre os aposentos, cada qual com seu conjunto especializado de peças de mobiliário e de objetos decorativos. Os móveis e a decoração passaram a conhecer mais modas e estilos do que anteriormente./ Dentre as peças de mobiliário preservadas no Museu do Diamante, pode-se observar as curiosas cadeiras sanitárias femininas e masculinas (comuas), que foram amplamente utilizadas pela família colonial brasileira.” (3)