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269-2
Número de registro
269
Denominação
Prato raso
Classificação
Local de produção
Data de produção
Acervo
Museu do Diamante
Procedência
Rio de Janeiro (Importação) | Diamantina | Minas Gerais | Aquisição
Autor
Temas
Altura (cm)
2
Diâmetro (cm)
21,3
Resumo descritivo
Prato raso, de formato circular, confeccionado em porcelana branca e em azul cobalto. No campo, cena orientalizada onde aparece, à direita, palácio e pagodes cercados por vegetação típica da região, destacando-se, na parte superior, uma macieira com trinta maçãs. Na parte frontal, cerca e gramado, onde se vê salgueiro estilizado. À esquerda da cena, ponte, construção e árvore de grande porte. Na parte superior, representação do mar com embarcação sendo conduzida por figura masculina. Logo acima, outra ilha com pagode e vegetação. Borda com ornamentação geométrica em losangos, quadrados, motivos fitomorfos, círculos, pontilhados e emolduramentos em volutas. Fundo branco, com emblema composto por cachos de uva e seis flores, em azul cobalto, contendo a seguinte inscrição na parte interna: ‘WILLOW”.
Marcas/Inscrições
No fundo, em tom azul cobalto: ‘WILLOW”
Dados históricos
Sobre Louça Inglesa: “(...) Durante o primeiro e o segundo reinados, o Brasil importou fartamente essas louças, em especial as azul-e-branco, as chamadas louças de pombinhos e as de borrão. Eram peças comuns, de uso diário, friáveis, muitas decoradas com decalcomania; destinavam-se às cidades e ao consumo rural. Os serviços de chá e café, vasilhame de copa e cozinha, serviços de lavatório, etc., se não apresentavam as qualidades da porcelana fina, em compensação tinham preços mais acessíveis.” (1) Sobre Willow Pattern: [Ingl. ‘motivo de salgueiro’.] Desenho que representa livremente uma paisagem chinesa e que foi usado na Inglaterra para decoração de louça de mesa azul-e-branco. Acredita-se que tenha sido criado por Thomas Milton por volta de 1780, e teve imensa repercussão sendo adotado por inúmeros fabricantes. Os elementos essenciais são um salgueiro estilizado ao lado de outras árvores, um templo chinês, uma ponte com personagens, uma ilha distante. Muitas variações foram introduzidas, naturalmente para distinguir os fabricantes; assim o número de maças na macieira ao lado do pagode era de início 32 com Minton; Wedgewood colocou 34 maçãs, Leeds 62, Rockingham eliminou-as.” (2) Sobre Decalcomania: “Processo mediante o qual as figuras impressas num papel em geral umedecido, são transpostas para superfície lisa de outro papel, de porcelana, de cerâmica, de madeira, etc. e calcadas de modo que, ao retirar-se, permaneça o desenho estampado. O método foi adotado com sucesso na decoração da porcelana e da faiança a partir de fins do séc. XVIII, aplicado em cores de baixo esmalte. O decalcomania azul, com desenhos orientalizantes, paisagens, cenas de caça, etc., foi adotado inicialmente por Spode (Inglaterra) e, nos oitocentos, tornou-se muito popular em louças produzidas em grande escala. Usa-se a decalcomania em frisos ou em motivos centrais na decoração de porcelana fina com acabamentos e detalhes feitos a pincel. Esse processo pode ser facilmente discernido da verdadeira pintura à mão.” (3) Sobre Porcelana e Faiança: “O Arraial do Tijuco, na primeira metade do século XIX, já tinha uma concentração significativa da população na cidade, o que favoreceu e ampliou as possibilidades comerciais. As lojas vendiam diversos objetos refinados, conforme a influência da etiqueta francesa e a moda na Corte, onde se realçavam as pratas, os vidros e as louças de porcelana. O requinte dos objetos vendidos no Tijuco foi observado por Saint- Hilaire (1974, p.29-30) da seguinte maneira:/ “As lojas dessa aldeia são providas de toda a sorte de panos; nelas se encontram também chapéus, comestíveis, quinquilharias, louças, vidros e mesmo grande quantidade de artigos de luxo (...). Essas mercadorias são quase todas de fabricação inglesa e são vendidas em geral por preços muito módicos, tendo-se em vista a distância e a dificuldade de transportes.”/ A louça inglesa foi largamente importada para o Brasil no começo do século passado. A sua maior curiosidade é a decoração, sempre com um toque oriental. Estas peças, de faiança, do Museu do Diamante, têm decoração toda azul com motivos orientais de cenas chinesas, com seus pagodes característicos.” (4)
Referências bibliográficas/arquivísticas
Inventário dos Bens Móveis (datilografado) a cargo do artífice referência 20, Assis Alves Horta, no período de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 1952, cita nº de registro, quantidade, espécie, grupamento, procedência, data de entrada e valor: “242/ Seis Pratos/ De louça inglesa, pintados de azul, Século XIX/ Idem/ 1.948". No Item Idem, leia-se Antonio Coimbra. (1) MOUTINHO, Stella Rodrigo Octavio et alli. Dicionário de Artes Decorativas e Decoração de Interiores. Ed. Nova Fronteira, 1999. Pág. 227. (2) MOUTINHO, Stella Rodrigo Octavio et alli. Dicionário de Artes Decorativas e Decoração de Interiores. Ed. Nova Fronteira, 1999. Pág. 407. (3) MOUTINHO, Stella Rodrigo Octavio et alli. Dicionário de Artes Decorativas e Decoração de Interiores. Ed. Nova Fronteira, 1999. Pág. 111. (4) PESTANA, Til Costa. In Catálogo do Museu do Diamante. Ed. Iphan/ Ministério da Cultura. Págs. 56-57.





