Com acervo formado por objetos de estilos e tipologias diversas, o Museu do Diamante/Ibram constitui-se importante espaço de informação e memória tanto para a população de Diamantina (MG), quanto para os curiosos visitantes vindos de todas as partes do mundo. Entre estes objetos podemos encontrar indumentária e imaginária sacra, armaria, um vasto acervo de numismática, mineralogia, além de instrumentos utilizados no processo de mineração do ouro e diamante, que juntos compõem o quadro do que foi o processo de formação e ocupação do norte de Minas Gerais. Acesse nosso acervo.

Os Diamantes

A formação da cidade de Diamantina, antigo Arraial do Tijuco, em Minas Gerais, está relacionada diretamente com a exploração do diamante, apesar do surto de mineração do ouro ter sido responsável por sua ocupação inicial.

Na segunda metade do século XIX começaram a organizar-se as primeiras companhias estrangeiras de mineração mecanizada na área, que convivia com o trabalho e técnicas tradicionais dos garimpeiros.

Assim, em torno da exploração diamantífera foi se constituindo uma dinâmica cultural específica, registrada por um acervo cultural valioso, que permanece preservado na cidade e no Museu do Diamante.

As joias faziam parte dos objetos de valor de família e eram elemento imprescindível nos seus testamentos e inventários.

A confecção das joias tinha uma importante produção no século XVIII, apesar da ourivesaria religiosa ser mais significativa que a civil, com preciosos objetos de prata e pedras preciosas, como relicários, lâmpadas, ostensórios, navetas e coroas.

Arte Sacra

Minas Gerais, província do ouro e do diamante, centro da riqueza do Brasil colônia por quase um século, teve condições excepcionais de possuir uma imaginária rica. Na significativa produção mineira, se destacam as pequenas imagens domésticas adequadas aos oratórios, que, desde o fim do século XVIII, adornavam as casas de família.

Estes oratórios, geralmente de pequeno porte, surgiram em face da fé religiosa e do aumento da população com a febre da mineração. Dentre esta produção podemos destacar os conhecidos oratórios D. João V. Com talha rococó e pintura interna, estes oratórios envidraçados são povoados com pequenas imagens de pedra, frequentemente brancas, com pintura em algumas partes e pouca decoração em ouro, existindo em vários tipos, com tamanhos diversos ou apenas a caixa com o presépio. Foram largamente produzidos do fim do século XVIII até a primeira metade do século XIX, encontrando-se inúmeros exemplares em outros estados do país.

Mobiliário

O interior das casas era sóbrio e apenas com mobiliário essencial. A partir do século XIX, as habitações das classes mais ricas aperfeiçoaram os seus interiores em espaço, mobiliário e conforto. Os sobrados passaram a apresentar maior número de aberturas para o exterior, permitindo assim maior claridade e melhor arejamento.

Em fins do século XIX, um interior abastado já tinha uma separação nítida entre os aposentos, cada qual com seu conjunto especializado de peças do mobiliário e de objetos decorativos.

Dentre as peças do mobiliário preservadas no Museu do Diamante, pode-se observar as curiosas cadeiras sanitárias femininas e masculinas (comuas), que foram amplamente utilizadas pela família colonial brasileira.

Porcelana e faiança

Na primeira metade do século XIX, no Arraial do Tijuco, as lojas vendiam diversos objetos refinados, conforme a influência da etiqueta francesa e a moda na Corte, onde se realçavam as pratas, os vidros e as louças de porcelana.

A louça inglesa foi largamente importada para o Brasil no começo do século passado. A sua maior curiosidade é a decoração, sempre com um toque oriental. As peças de faiança do Museu do Diamante têm decoração toda azul com motivos orientais de cenas chinesas.

Instrumentos Musicais

José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita, nascido no Serro em 1746 e falecido no Rio de Janeiro em 1805, foi um dos importantes músicos atuantes no Arraial do Tijuco. Certamente foi o primeiro organista da Igreja de Nossa Senhora do Carmo, utilizando um órgão construído pelo padre Manoel de Almeida Silva, em 1781, no próprio arraial.