Documento
Anexos
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122-2
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122-3
Metadados
Número de registro
122
Denominação
Leito de casal
Classificação
Local de produção
Data de produção
Acervo
Museu do Diamante
Procedência
Museu do Ouro | Sabará | Minas Gerais
Autor
Material/Técnica
jacarandá | madeira | marcenaria | marchetaria | pau-marfim
Temas
Altura (cm)
187
Largura (cm)
115,5
Comprimento (cm)
200
Resumo descritivo
Leito [de casal] confeccionado em madeira (jacarandá), em estilo D. Maria I, com influência do estilo inglês Sheraton, de formato retangular, com cabeceira oval e estrutura composta por quatro varais verticais para encaixe de dossel (este inexistente). Peça ornada por filetes em madeira clara (pau-marfim), na técnica da marchetaria, nos varais e nos pés da cama. Objeto com cabeceira em recorte oval (tripartida, com tábuas unidas por quatro “gravatas”, visíveis no verso), decorada na mesma técnica citada, tendo pequeno vaso com alças e monograma “AF” na parte central, de onde sobressaem cinco ramos de flores, estando três delas abertas e as duas laterais em botão. Sobre o vaso, um casal de pombinhos se beija (dispostos simetricamente), com flor ao centro, apoiado sobre listel com a inscrição “AMOR NOS UNIO”. Pombos encimados por emolduramento em arco, composto por ramos de flores, arrematado na parte inferior por duas flores (uma de cada lado). Cena emoldurada por friso ovalado ornado com folhas que se prolongam nas laterais da parte interna através de quatro ramos com flores nas extremidades (duas de cada lado). “Abaixo da cabeceira, estrutura retangular vazada com detalhe em dois retângulos menores, dispostos lado a lado. Apresenta quatro varais frisados, de secção quadrangular, que se afinam na parte superior, ornados por filetes em triângulo isósceles, em madeira mais clara, nas quatro faces, tendo, na extremidade superior, orifício de encaixe de dossel. Na parte frontal do leito, estrutura retangular vazada, com dois retângulos menores dispostos lado a lado. Estrado em estrutura retangular, composto por quatro ripas de madeira, com recorte quadrangular, e duas ripas paralelas para suporte do colchão (este inexistente). Ripas fixadas aos pés através de quatro pinos em metal (bronze). Peça sustentada sobre quatro pernas afuniladas, ornadas por filetes em madeira mais clara, em formato de triângulo isósceles (invertido).” Documentação encontrada no dossiê: 02 Fichas cadastrais do Ministério da Educação e Cultura, datilografadas e assinadas pelo informante e pelo dirigente do órgão, Antonio Eugenio Nascimento e João Brandão Costa (respectivamente), datada de 06/12/1970. Ficha cadastral do Ministério da Educação e Cultura, datilografada e datada de 11/11/1974. 3) Ficha amarela de fichário, que faz referência a “Uma Cama de jacarandá, com embutidos em madeira clara. Época: começo do séc. XIX/ Procedência: zona do Serro.” 4) Ficha datilografada do MEC/IPHAN, referente ao inventário de 1981, sem assinatura, com foto preto-e branca. 5) Ficha de Acervo Museológico GMCH/MG, em formato de fichário, assinada por Tânia Bravo Leite e por Celina Santos Barboza (1989/1990), com foto preto-e-branca. 6) Ficha do IPHAN/ 13ª Coordenação Regional, assinada por Ronney Leite Brito, referente à Análise do Estado de Conservação do Acervo/ Museus Vinculados 13ª CR, datada de 20/12/1995.
Marcas/Inscrições
Na cabeceira: “AMOR NOS UNIO” e o monograma “AF”.
Dados históricos
Sobre Leito: “Armação de madeira, ferro ou outro material destinada a sustentar enxergões e colchões; é móvel destinado, em especial, ao repouso noturno; cama. Na Europa, no séc. XV, o leito com cortinas, de estrutura fixa, é dotado de painéis esculpidos e repousa sobre um estrado. Na Renascença e no Barroco tem decoração suntuosa, é peça importante no mobiliário e, na França, recebe denominações que são adotadas em outros países. No antigo mobiliário português encontram-se as designações: leito de banco, leito de viagem, leito de solteiro, leito de casal, leito de viúvo ou de pessoa e meia, para indicar diferentes tipos e dimensões de leitos que passaram ao Brasil colonial.” (1) Sobre Estilo Sheraton: “Thomas (1751-1806). Expoente do Neoclássico no mobiliário inglês cujo nome designa um estilo elegante e delicado que marcou a arte da ebanistaria européia na última década do século XVIII (...). Nos móveis Sheraton, linhas sóbrias dominam as superfícies planas (pintadas ou incrustadas), com filetes claros, embutidos, retilíneos ou curvos e com painéis folheados, geométricos ou delicadamente figurativos, com coloridos contrastantes. A madeira não é camuflada pelos ornatos como no motivo rocoó, mas valorizada em suas qualidades; usa-se a serra para as incrustações e emprega-se com simplicidade a decoração com ornatos clássicos: urnas, crateras, vasos. Antigas formas também são imitadas como as cadeiras com pernas de sabre. Mais tarde, na última fase, já com influência do estilo Império, nota-se uma certa excentricidade, possivelmente as primeiras manifestações da perturbação mental que o vitimou. Dada a penetração de modas e costumes ingleses em Portugal, o estilo Dona Maria I mostrou-se grandemente marcado pelo estilo Sheraton.” (2) Sobre Mobiliário: “A habitação popular e a dos mais abastados no antigo Arraial do Tijuco, ao longo do século XVIII e primeira metade do século XIX, não teve significativas mudanças. O interior das casas era sóbrio e apenas com o mobiliário essencial, como relatou o viajante Saint Hilaire (1974, p.28): “Quanto aos móveis eram sempre em pequeno número, sendo em geral tamboretes cobertos de couro cru, cadeiras de espaldar, bancos e mesas”./ A partir da segunda metade do século XIX, as habitações das classes mais ricas aperfeiçoaram os seus interiores em espaço, mobiliário e conforto. Os sobrados passaram a apresentar maior número de aberturas para o exterior, permitindo assim maior claridade e melhor arejamento. Também a divisão interna passou a atender às necessidades funcionais. O número de móveis aumentou, importando-se peças variadas e também se fabricando maior quantidade e variedade./ Em fins do século XIX, um interior abastado já tinha uma separação nítida entre os aposentos, cada qual com seu conjunto especializado de peças de mobiliário e de objetos decorativos. Os móveis e a decoração passaram a conhecer mais modas e estilos do que anteriormente./ Dentre as peças de mobiliário preservadas no Museu do Diamante, pode-se observar as curiosas cadeiras sanitárias femininas e masculinas (comuas), que foram amplamente utilizadas pela família colonial brasileira.” (3)
Referências bibliográficas/arquivísticas
(1) MOUTINHO, Stella Rodrigo Octavio et alli. Dicionário de Artes Decorativas e Decoração de Interiores. Ed. Nova Fronteira, 1999. Pág. 221. (2) MOUTINHO, Stella Rodrigo Octavio et alli. Dicionário de Artes Decorativas e Decoração de Interiores. Ed. Nova Fronteira, 1999. Pág. 348 (3) PESTANA, Til Costa. In Catálogo do Museu do Diamante. Ed. Iphan/ Ministério da Cultura. Págs.54-55. (4) CANTI, Tilde. O Móvel do Século XIX. (fotografia15) – colocar referência completa. Referência documental: Ofício 95, 3º Distrito D.P.H.A.N, de 03/07/1950.