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Nossa Senhora
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Documento
Metadados
Miniatura
Título
Nossa Senhora da Conceição
Número de registro
104
Denominação
Nossa Senhora
Classificação
Local de produção
Data de produção
Acervo
Museu do Diamante
Procedência
Diamantina | [Minas Gerais]
Autor
Material/Técnica
douramento | entalhe | folha de ouro | madeira | policromia | tinta
Temas
Altura (cm)
73
Largura (cm)
15
Comprimento (cm)
17
Resumo descritivo
Escultura religiosa, de médio porte, representando Nossa Senhora da Conceição, confeccionada em madeira entalhada, policromada e dourada. Figura feminina, jovem, de pé, em posição frontal, com cabelos castanhos escuros semi-longos, partidos ao meio, encobertos por véu curto esvoaçante, em tom azul claro, tendo friso e motivos decorativos em dourado. Rosto singelo e oval, testa curta, orelhas parcialmente aparentes, sobrancelhas e cílios pintados em tom castanho escuro, olhos de vidro em tom castanho, olhar sereno, nariz e boca pequenos, esta última pintada em tom vermelho, bochechas rosadas e queixo duplo. Pescoço delgado e colo parcialmente à mostra, com carnação em tom bege. Traja túnica em tom azul claro, ornada por motivos florais pintados nos tons vermelho e verde, além de ornamentação dourada desenvolvida na técnica do esgrafito. Braços flexionados, em posição de oração. Sobre a túnica, manto esvoaçante com a parte externa em tom azul escuro e parte interna em tom vermelho, com ornatos em motivos fitomorfos em dourado. Panejamento movimentado. Nossa Senhora encontra-se apoiada sobre globo terrestre, pintado em tom azul, ladeado por nuvem estilizada em tom verde acinzentado, de onde sobressaem pontas da lua crescente. Na parte frontal do globo, representação de par de querubins (o da direita faltando), de rosto redondo, cabelos curtos cacheados e castanhos, testa curta, carnação em tom bege escuro, sobrancelhas e olhos pintados em tom castanho escuro, nariz arrebitado, bochechas grandes e boca pequena pintada em tom vermelho. Possui asas pintadas em tom vermelho e em dourado. Globo terrestre apoiado sobre base octogonal, de faces abauladas, pintada em tom vermelho.
Dados históricos
Sobre Arte Sacra: “Era a religião o principal fator comum na sociedade colonial brasileira setecentista. A religião católica, com a variedade do seu culto, estava presente no dia-a-dia, quer nos jejuns e abstinências, quer através de ofícios divinos, confissões e comunhões, quer com procissões e festas religiosas./ A devoção religiosa no antigo Arraial do Tijuco foi descrita pelo viajante George Gardner (1942, p.384) da seguinte maneira: “A cidade conta três ou quatro belas igrejas; uma delas, chamada N.S. do Rosário, que pertence aos negros da costa da África, e tem sobre um elevado altar a imagem da Virgem preta. Como morávamos perto desta igreja, assisti muitas noites às celebrações de uma de suas festas a que se achavam presentes, além dos pretos que habitualmente freqüentavam a igreja, muitos dos mais respeitáveis representantes do sexo masculino e feminino da cidade./ Tudo se fazia com perfeita propriedade e certa noite ouvi excelente sermão pregado por um dos sacerdotes locais”./ Minas Gerais, província do ouro e do diamante, centro de riqueza do Brasil colônia por quase um século, teve condições excepcionais de possuir uma imaginária rica. Na significativa produção mineira, se destacam as pequena imagens domésticas adequadas aos oratórios, que, desde o fim do século XVIII, adornavam as casas de família. Estes oratórios, geralmente de pequeno porte, surgiram em face da fé religiosa e do aumento da população com a febre da mineração. Dentre esta produção podemos destacar os conhecidos oratórios D. João V. Com talha rococó e pintura interna, estes oratórios envidraçados são povoados com pequenas imagens de pedra, freqüentemente brancas, com pintura em algumas partes e pouca decoração em ouro, existindo em vários tipos, com tamanhos diversos ou apenas a caixa com o presépio. Foram largamente produzidos do fim do século XVIII até a primeira metade do século XIX, encontrando-se inúmeros exemplares em outros estados do país.” (1)
Referências bibliográficas/arquivísticas
(1) PESTANA, Til Costa. In Catálogo do Museu do Diamante. Ed. Iphan/ Ministério da Cultura. Págs. 22 e 45.